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Priscila propõe reforma para reduzir a máquina do Governo

Priscila Krause é deputada estadual pelo DEMPriscila Krause é deputada estadual pelo DEM - Cecilia Sá Pereira/Divulgação
A deputada Priscila Krause (DEM) os dados prévios das despesas do Governo do Estado. A democrata, que faz parte da Comissão de Finanças, Orçamento e Tributação da Assembleia Legislativa de Pernambuco, relatou que a atual gestão fechou 2016 com um aumento de arrecadação praticamente igual ao avanço inflacionário do período (6,13% de crescimento enquanto o IPCA 2016 fechou em 6,28%), somando na Receita Corrente Líquida o montante de R$ 20,8 bilhões, incremento baseado majoritariamente no aumento de tributos (IPVA e ICMS, por exemplo), no programa do Refis e na transferência, pelo Governo Federal, dos recursos decorrentes do programa de repatriação.

Por outro lado, no âmbito das despesas, o Poder Executivo estadual seguiu acelerando os gastos com a folha de pessoal, que praticamente absorveu toda a receita extra orçamentária (em 2015, a Despesa Bruta de Pessoal do governo de Pernambuco somou R$ 12,15 bilhões e esse ano, de acordo com cálculos prévios, alcançou cerca de R$ 13,4 bilhões). O valor de despesas realizadas e não pagas alcançou R$ 1,02 bilhão (restos a pagar).

De acordo com Priscila, os números - que serão consolidados pelo próprio governo até o próximo dia 30 - refletem a necessidade de a gestão estadual reconfigurar sua planilha de gastos, sobretudo no que se refere ao custeio.

"O acompanhamento que nós fazemos nas contas do governo estadual deixa evidente a necessidade do governo trabalhar no sentido de diminuir a pressão dos gastos com custeio, que praticamente absorveram todo o esforço arrecadatório do governo, pago pelo cidadão. Ou seja, o custo da máquina governamental está sendo diretamente financiada pela contribuição cada vez maior do contribuinte, deixando de lado investimentos em obras e ações em programas sociais”, disse a democrata.

“O caminho é repactuar o tamanho da máquina, até porque estamos vivendo com uma dependência de receitas extras, como a venda da folha e a repatriação, mas e se 2017 não oferecer essas oportunidades?", questionou.

Segundo os dados apurados pelo gabinete da deputada no próprio sítio do Governo de Pernambuco, a despesa líquida com pessoal deve se manter no limite de alerta, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (cerca de 45% da Receita Corrente Líquida). A necessidade da reorganização da estrutura governamental se acentua ao se pontuar aumentos de gastos de custeio que independem de canetadas do governador, como a questão do salário mínimo, do piso salarial dos professores e dos pagamentos de aposentadorias e pensões.

Segundo Priscila, o Fundo Previdenciário de Pernambuco, por exemplo, teve acréscimo de R$ 283 milhões nas despesas, entre 2015 e 2016, incluindo os três poderes. Na arrecadação, os destaques foram os acréscimos com o IPVA (aumento nominal de 29,34%), Imposto sobre Transmissão "Causa Mortis" e doação de bens e direitos (20,05%) e Imposto sobre a Renda (13,31%).

De acordo com a democrata, apesar do avanço da principal arrecadação, o ICMS, o número foi abaixo da inflação, apontando ligeira queda real (em 2016, a arrecadação total com ICMS foi R$ 13,36 bilhões, enquanto em 2015 o mesmo ICMS arrecadou R$ 12,68 bilhões, incremento de 5,38%).

Ela relatou ainda que a cota-parte do FPE, transferida por Brasília, aumentou significativamente, justificado pela entrada do dinheiro da repatriação: de R$ 5,47 bilhões para R$ 6,07 bilhões.

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