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Procuradora-chefe do MPT-PE, Ana Carolina Vieira, em visita à Folha, anuncia lançamento de projeto educativo

A 73ª edição do projeto MPT em Quadrinhos tem como tema “Gesseiros: ‘Neve’ no Sertão do Araripe"

Ana Carolina também listou algumas das ações realizadas pelo MPT-PE no Sertão do AraripeAna Carolina também listou algumas das ações realizadas pelo MPT-PE no Sertão do Araripe - Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco

A procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho em Pernambuco (MPT-PE), Ana Carolina Lima Vieira, fez ontem (17) uma visita à Folha de Pernambuco, onde foi recebida pelo diretor Executivo do jornal, Paulo Pugliesi; e pela editora-chefe Leusa Santos. Também estavam presentes representantes do Grupo EQM: o diretor Jurídico Trabalhista Sílvio Melo; a coordenadora Jurídico Trabalhista Magaly Barbosa e a diretora de Gestão de Pessoas Cláudia Dantas. A procuradora veio anunciar o lançamento da 73ª edição do projeto MPT em Quadrinhos, que traz como tema “Gesseiros: ‘Neve’ no Sertão do Araripe”.

O evento de lançamento da revista será na próxima sexta (19), às 10h, na sede do MPT-PE, no bairro do Espinheiro, Zona Norte do Recife. “Essa revistinha faz parte de um movimento já antigo do Ministério Público do Trabalho. Desde 2012, a gente começou a lançar essas revistinhas informativas. É uma forma pedagógica de divulgar o trabalho do Ministério Público nessa área do Sertão Araripe. Será um evento lúdico, alegre de certa forma e pedagógico”, explicou a procuradora.

O projeto, que tem como tema o Polo Gesseiro, se dá exatamente durante o Abril Verde, mês dedicado às ações de conscientização e prevenção de acidentes e doenças relacionados ao trabalho. Com a publicação, o MPT-PE lança luz sobre a situação dos trabalhadores do Polo – responsável por mais 80% do produto utilizado no Brasil atualmente. 

Na região que abrange o Polo - formada pelos municípios de Araripina, Bodocó, Ipubi, Ouricuri e Trindade - umas das principais preocupações do MPT é viabilizar um ambiente de produção saudável e seguro para os trabalhadores. Por conta disso, o órgão desenvolve uma série de ações que visam combater questões como, por exemplo, o trabalho infantil.

Placas
“Principalmente no trabalho das plaqueiras (empresas que fabricam placas de gesso) se utiliza da mão de obra de crianças, adolescentes e mulheres. Por quê? Eles pegam as placas com mais delicadeza. Como é preciso pendurar a placa para secar, eles (donos de empresas) não querem que a placa quebre. Então, utilizam essa mão de obra por causa dessa peculiaridade. Essa é uma coisa que trabalhamos (para combater) nas escolas. Fizemos algumas audiências públicas”, explicou Ana Carolina. 

Quanto à degradação na área produtiva do gesso, o MPT-PE fez um convênio com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) para um estudo na região. “Durante muitos anos, a gente fez uma atividade combativa ali, de forças-tarefas que iam, fiscalizavam, depois a gente entrava com ação judicial. Isso ainda existe porque infelizmente não tem como ser diferente, totalmente. Mas a gente viu que havia uma necessidade de fazer ali uma atividade promocional, de estudar a região e, com convênios com as prefeituras e o Governo do Estado, tentar melhorar de uma forma geral e entender quais os problemas mais a fundo, ir à raiz e não ficar apenas na atividade repressiva. Fazer algo preventivo”, acrescentou.

Subnotificação
Outro exemplo é um convênio com a Universidade de Pernambuco (UPE) para promover a expertise no Polo e outro, mais recente, com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) para montagem de um laboratório para levantar a questão da saúde no ambiente de trabalho, informar à população os malefícios derivados do pó de gesso e trabalhar a subnotificação dos acidentes de trabalho pelos hospitais que recebem esses trabalhadores do Araripe.

“Em 2017, dos 99 acidentes de trabalho que ocorreram no Estado de Pernambuco, a maioria foi lá e sequer foi informado. A pessoa chega lá, por exemplo, com o braço amputado por uma máquina de calcinação, o hospital não notifica, não notifica o Sistema Único de Saúde (SUS) e isso não vai para o cadastro, fazendo com que a gente não consiga levantar esses dados. E acaba que o município deixa de receber benefícios, incentivos fiscais, uma série de coisas em razão dessa subnotificação”, esclareceu a procuradora.

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