Renato Antunes critica travamento de pautas na Alepe
Deputado estadual também afirmou que espera recondução de Raquel Lyra para o governo
O deputado estadual Renato Antunes (PL) criticou, em entrevista concedida à Rádio Folha 96,7 FM nesta terça-feira (25), o travamento de pautas na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Para o parlamentar, a bancada do PSB na Casa, protagonizando o antagonismo, segundo ele, o faz para beneficiar o prefeito do Recife, João Campos (PSB), a quem acusou de governar a cidade com “olhos no Palácio”.
“Hoje, João Campos governa Recife, mas com olhos no Palácio Campo das Princesas. E é natural que o PSB, que tem deputados muito competentes por sinal, (...) faça uma política muitas vezes agressiva de travamento de pauta”, disse.
O deputado discordou da posição do presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), que tirou de pauta o pedido de empréstimo da governadora Raquel Lyra (PSD). Embora Antunes elogie o trabalho do presidente, afirmando que a Alepe tem sido uma Casa “altiva”, disse que o argumento do ano fiscal, usado por Porto, não seria suficiente para sustentar a decisão de adiar a votação para fevereiro
De acordo com Porto, o empréstimo de R$ 1,7 bilhão não faria parte do ano fiscal de 2025, mas de 2026. Para Antunes, a aprovação ainda este ano possibilitaria um melhor planejamento pelo Executivo.
“Eu discordo do presidente Álvaro. No meu ponto de vista, não é uma questão de estar fora do ano fiscal. Quando a gente autoriza um empréstimo, não quer dizer que amanhã a governadora vai contratar o empréstimo. A autorização dá a ela a condição para que faça o planejamento, apresente os projetos e onde vai captar o recurso”, afirmou.
PEC das Emendas
O deputado manifestou posição contrária à proposta que, a partir de 2027, eleva para 1,55% o percentual da Receita Corrente Líquida (RCL) destinado a emendas parlamentares em Pernambuco. O debate em torno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) é objeto de embates entre a governadora Raquel Lyra e o presidente da Alepe, Álvaro Porto.
Antunes disse que, embora a proposta esteja em conformidade com a Constituição Federal, “acordo é acordo” e defendeu, ainda, o escalonamento estabelecido pelo governo, que eleva dos atuais 0,9% para 1,2% o percentual das emendas até 2027.
“Para mim, acordo é acordo. E acordo deve ser cumprido. (...) Hoje eu votaria contrário à aplicação dessa emenda. É só escutar um pouco a população. E eu não estou falando que é ruim (aplicar os recursos). Aplicar a emenda é bom, desde que seja feita com seriedade”, enfatizou.
Permanência no PL
O deputado estadual também comentou a permanência do PL. Antunes não garantiu outra disputa pela legenda, afirmando que o partido Novo o “atrai”. Apesar disso, relatou sentir-se “em casa” na sigla. “Hoje eu estou feliz no PL, mas posso falar também que o Novo é um partido que me atrai.”



