Teresa Leitão admite que federação está dividida e questiona apoio de Raquel na eleição presidencial
Senadora também fez elogios às parcerias entre o governo federal e a administração estadual
A senadora Teresa Leitão (PT) questionou, nesta sexta-feira (10), quem a governadora Raquel Lyra (PSD) apoiará nas eleições presidenciais de 2026. Segundo ela, o cenário do próximo ano eleitoral é diferente do de 2022 e 2006, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve mais de um palanque em Pernambuco.
“A nossa experiência de dois palanques é bem diferente da conjuntura atual. A gente teve dois falantes em 2006 com dois ex-ministros de Lula, Humberto (Costa), que era da Saúde, e Eduardo (Campos), que era da Ciência e Tecnologia, dentro de um mesmo projeto com o mesmo candidato: Lula. Quem é o candidato de Raquel (Lyra) a presidente?”, questionou a congressista em entrevista concedida à Rádio Folha 96,7 FM.
Teresa admitiu que a Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB) ainda se encontra dividida em relação aos apoios ao governo estadual. Deputados estaduais do PV, por exemplo, estão alinhados à governadora Raquel Lyra. Há também nomes dentro do PT, como o deputado estadual João Paulo, que fazem constantes acenos à chefe do Executivo estadual.
“A gente está em uma federação. A gente não vai responder pela eleição sozinho. E em uma federação que também está dividida. Não sei em relação a Lula, creio que não. Mas em relação aos palanques estaduais está”, analisou.
A congressista fez críticas ao que classificou como antecipação da eleição para o governo estadual, que tem como candidatos prováveis a governadora Raquel Lyra e o prefeito do Recife, João Campos (PSB).
“Eu acho que a campanha de Pernambuco está antecipada demais, é uma coisa estranha, porque quem governa prefere deixar tudo para depois. Tem até aquele mote: o momento agora é de governar. O momento da eleição é para o ano (da eleição). Mas Pernambuco está em plena campanha, minha gente. Os atos administrativos do governo do estado são também atos políticos”, disse.
Raquel e Lula
De acordo com a parlamentar, apesar de não haver ainda um alinhamento eleitoral definido entre a governadora e o presidente Lula, a relação entre os dois tem sido de respeito, cordialidade e parceria.
“A relação da governadora com o governo federal é uma relação muito generosa. E do governo federal com ela (também) e ela trata com respeito. Não vou de forma nenhuma deixar de reconhecer isso”, comentou.
PT
De acordo com a senadora, o PT estadual não está suficientemente mobilizado na articulação para as eleições parlamentares federais e estaduais. Teresa fez críticas a movimentos de natureza pessoal e ponderou que as candidaturas devem passar pelo conjunto do partido e da federação e serem analisadas de forma estratégica.
“Tem muita candidatura e pré-candidatura dentro do PT se colocando. Alguns para renovar mandatos, outras para sair de estadual para federal, de uma vereança para federal. Candidaturas novas também. Eu acho isso muito bom, mas não pode ser um movimento de cada um para sua base e seus projetos”, opinou.
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Taxação dos super-ricos
A congressista fez críticas à postura da Câmara dos Deputados, que na última quarta-feira (8), deixou caducar uma Medida Provisória (MP) editada pelo governo federal. Uma MP é um dispositivo de competência do Executivo federal que, após sua publicação no Diário Oficial da União, deve ser analisada pelo Congresso em até 120 dias. A decisão, que perdeu a eficácia, tratava da tributação de bilionários, fintechs e bancos.
Teresa Leitão afirmou que a mobilização popular deve ser permanente, dado que as manifestações do dia 21 de setembro levaram à rejeição da chamada PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Blindagem, que dificultava a investigação de parlamentares suspeitos de crimes. Ainda segundo a senadora, a taxação dos super-ricos ainda “não chegou no imaginário das pessoas”.
“Os atos e as ruas foram fundamentais. Precisa manter, sim, a mobilização. A medida provisória caducou, a gente não pode mais se debruçar sobre ela. Eu disse ontem numa entrevista que foi uma vitória de pirro. Eu vejo tanta gente defendendo a família, os bons costumes e a integridade e não quer taxar bets? Têm famílias destruídas por causa disso”, enfatizou a senadora.
Veja a íntegra da entrevista:



