Túlio Gadêlha afirma que tentará trazer Raquel para o palanque de Lula
Deputado também criticou aprovação da chamada PEC da Blindagem
O deputado federal Túlio Gadêlha (Rede Sustentabilidade) afirmou, durante entrevista concedida à Rádio Folha 96,7 FM, que vai procurar trazer a governadora Raquel Lyra (PSD) para o palanque do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ainda de acordo com Gadêlha, Lula precisará do apoio da governadora para vencer em primeiro turno as eleições presidenciais de 2026. As declarações foram dadas nesta quinta-feira (18).
"A gente vai tentar trazê-la [Raquel] para o palanque de Lula, porque é importante para o presidente", disse. "O presidente precisa de Raquel [Lyra] para vencer essa eleição no primeiro turno. Por isso que eu digo, a gente precisa entender quais são nossos aliados na política pernambucana e com quem a gente pode contar, seja de centro, de direita, até aqueles, principalmente, que não são golpistas, para que possa fortalecer esse campo", acrescentou.
O parlamentar também analisou que o cenário das eleições em Pernambuco está bastante polarizado entre a governadora e o prefeito do Recife, João Campos (PSB). Na avaliação de Gadêlha, não há, no momento, espaço para a defesa de outras alternativas, como a do ex-vereador Ivan Moraes, que é pré-candidato ao governo estadual pela federação PSOL-Rede.
"Nós temos candidaturas postas e eu defenderei as candidaturas do nosso campo, seja do PSOL, seja do nosso partido da Rede", declarou.
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PEC da Blindagem
Túlio Gadêlha fez críticas à aprovação pela Câmara dos Deputados da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que dificulta a investigação e a prisão de parlamentares acusados de crimes. Na avaliação do deputado, a chamada PEC da Blindagem é um "retrocesso" e defendeu que o Senado derrube o texto.
"Eu acredito que é um grande retrocesso essa PEC. Acredito que o Senado precisa se posicionar contrário a ela. A gente não pode deixar uma alteração da Constituição com essa gravidade passar", disse.
Ainda de acordo com o deputado, a Câmara dos Deputados, ao aprovar a PEC da Blindagem, "parece não estar preocupada com as consequências". Segundo Gadêlha, o texto permitirá uma maior inserção do crime organizado na política.
"Ela [a Câmara] parece que não está preocupada com as consequências dessa PEC. Porque, se aprovada e se não for declarada inconstitucional, vai criar um ambiente muito atrativo para o crime organizado. Porque a instituição Congresso Nacional vai dar proteção para que essas pessoas possam cometer crimes e não serem investigadas", disse.
Anistia
O congressista também criticou a aprovação da urgência na quarta-feira (17) do projeto de lei que anistia os golpistas do 8 de janeiro. Gadêlha afirmou que espera que o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), reveja a decisão de pautar o projeto. Além disso, o congressista analisou que o texto não trará pacificação ao país, mas mais instabilidade.
"Nós dissemos ao presidente Hugo Motta que é um erro acreditar que votar o PL da Anistia seria uma forma de pacificar o ambiente político no Brasil. Muito pelo contrário, cria um ambiente de conflito com as instituições que já estão julgando, investigando, apurando esses fatos, e também cria um ambiente de tensionamento na sociedade", avaliou.
Veja a íntegra da entrevista:



