Carro antigo tem seguro mais barato? Veja mitos e verdades antes de contratar
Entenda como seu perfil, região e até o modelo influenciam na cotação
Com os preços dos veículos zero-quilômetro atingindo patamares recordes nos últimos anos, muitos brasileiros estão redescobrindo o valor dos carros usados – especialmente os mais antigos.
Em novembro de 2024, segundo dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), os modelos com 13 anos ou mais de fabricação responderam por 36% das vendas de seminovos e usados no país.
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A justificativa é simples: custo-benefício. Mas ao olhar para o seguro, será que essa economia também se mantém?
A resposta curta é: depende. Embora o senso comum aponte que um carro antigo, por valer menos, automaticamente terá um seguro mais barato, a realidade do mercado de seguros é bem mais complexa.
Domingos Rizzo, Diretor de Operações da Pier Seguradora, explica que a idade do veículo é apenas uma das variáveis na fórmula que define o preço de uma apólice.
“O valor do seguro é resultado de uma equação que leva em conta não só o carro, mas também o perfil do condutor, o uso do veículo e a cobertura contratada. Em muitos casos, sim, os carros antigos têm seguros mais acessíveis, mas isso não é uma regra absoluta”, afirma Rizzo.
O que realmente influencia o valor do seguro?
O custo do seguro automotivo envolve uma série de fatores interligados. Entre os principais estão:
Índice de roubo e furto do modelo: carros que estão na mira de ladrões costumam gerar apólices mais caras, independentemente da idade.
Disponibilidade de peças: veículos mais antigos podem ter manutenção mais difícil ou cara por conta da escassez de peças originais no mercado. Isso pode elevar o custo da cobertura de colisão.
Uso do veículo: um carro usado diariamente para trabalho, por exemplo, tem maior exposição ao risco do que um que roda apenas nos fins de semana.
Região de circulação: cidades com altos índices de criminalidade ou tráfego intenso impactam diretamente na precificação.
Perfil do condutor: idade, gênero, estado civil, histórico de direção e até o tempo de habilitação contam para definir o risco que a seguradora está assumindo.
Coberturas mais enxutas para carros mais velhos
Com base no valor de mercado — geralmente calculado segundo a Tabela Fipe —, carros mais antigos representam uma exposição financeira menor para a seguradora. Em outras palavras, caso o veículo seja roubado ou tenha perda total, a indenização é mais baixa, o que pode tornar a apólice mais barata.
No entanto, é fundamental considerar se todas as coberturas são realmente necessárias para um veículo mais antigo. “Coberturas mais básicas e focadas no essencial podem ser mais vantajosas. Muitas seguradoras oferecem planos personalizados, o que permite ao motorista pagar apenas pelo que realmente precisa”, aconselha Rizzo.
Ele também alerta para a importância de analisar o custo-benefício com atenção: “Não adianta escolher o seguro mais barato se ele não cobre situações comuns ao seu dia a dia. É preciso entender o que está incluso — guincho, carro reserva, assistência 24h, entre outros serviços — e ponderar se faz sentido”.
Tecnologia a favor da precificação
Nos últimos anos, o mercado segurador passou por uma transformação digital significativa. Hoje, empresas como a própria Pier, além de seguradoras tradicionais, utilizam inteligência artificial e big data para personalizar cotações. Isso tem permitido maior flexibilidade na montagem das apólices e, em muitos casos, uma precificação mais justa — inclusive para carros antigos.
Vale a pena segurar um carro antigo?
Depende do valor do veículo, do seu uso e da exposição ao risco. Em muitos casos, contratar ao menos uma cobertura contra roubo e furto já representa uma tranquilidade essencial para o proprietário. E com a possibilidade de contratar planos enxutos e mais econômicos, o seguro para carros com mais de 10 anos deixou de ser luxo — e virou uma alternativa viável.
Seja um hatch veterano de guerra, um sedã confortável de segunda mão ou um compacto urbano de primeira geração, a máxima continua valendo: um carro sem seguro é um risco que pode custar caro demais.



