Fiat Argo Trekking: testamos e listamos os acertos e vacilos do hatch aventureiro metido a esportivo
A versão de R$ 107 mil tem estilo e conforto, mas ainda deixa a desejar em alguns pontos; confira
Enquanto SUVs compactos dominam as ruas, o hatch “mais altinho” Fiat Argo Trekking 2025 segue firme como uma alternativa mais leve, econômica e urbana, mas com aquele toque aventureiro que ainda conquista olhares.
A Fiat renovou o modelo com ajustes pontuais, mas manteve a fórmula que o popularizou: visual robusto, bom espaço interno e um conjunto mecânico que aposta no equilíbrio.
Mas será que ele ainda entrega o suficiente para justificar os R$ 107 mil pedidos pela versão 1.3 CVT?
Rodamos com o modelo pela cidade e listamos aqui os principais acertos e os vacilos que ainda merecem atenção.
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Motor 1.3 e câmbio CVT: mais suavidade do que emoção

Sob o capô, o Argo Trekking mantém o motor 1.3 Firefly flex de até 107 cv com etanol e 13,7 kgfm de torque. Ele agora trabalha com um câmbio automático do tipo CVT, com simulação de sete marchas, e esse pode ser considerado um dos principais trunfos da versão.
A condução ficou mais suave, sem trancos nas trocas, com uma entrega de torque que satisfaz no uso urbano e garante fôlego até para viagens leves.

Durante o test drive, o desempenho foi condizente com a proposta do modelo: mais voltado ao conforto e eficiência com toque de quase esportividade.
Falando nisso, ele conta, sim, com o modo Sport, ativado por botão no console, que dá uma leve melhora na resposta do acelerador, simulando um “modo turbo”, mas sem mudanças drásticas. Ideal para quem quer agilidade sem abrir mão de um consumo mais consciente.
Design: hatch disfarçado de SUV

A versão 2025 mantém o estilo que o diferencia dos demais hatches: suspensão elevada, molduras nas caixas de roda, adesivos Trekking no capô e laterais, e rodas de liga escurecidas aro 15.
A cereja do bolo é a nova iluminação full LED nos faróis dianteiros, que melhora tanto o visual quanto a visibilidade.
No interior, o acabamento é simples, mas funcional. O painel tem detalhes em tom escurecido, costuras aparentes e multimídia flutuante.
Espaço interno e posição de dirigir estão entre os melhores da categoria, e o porta-malas de 300 litros atende bem a proposta. Mas os acabamentos ainda são de bastante plástico rígido.
Segurança: apenas o básico

O Argo Trekking 2026 traz os principais itens que se espera em um hatch atual: controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, câmara de ré e sensor de pressão dos pneus. Mas ainda fica devendo recursos de segurança ativa que já surgem em concorrentes diretos, como alerta de ponto cego e sensores dianteiros. Esses itens poderiam elevar o nível do carro, especialmente considerando que já são encontrados em versões mais completas de HB20 e Onix.
Tecnologia e conectividade: ponto positivo
Os comandos de som no volante, o carregador USB tipo C e a presença de vidros e travas elétricas completam o pacote tecnológico com coerência.
Não é um show de inovação, mas entrega o que promete dentro da categoria e isso importa na hora da escolha.
Argo Trekking e concorrência
Quando colocado frente a frente com rivais diretos, a exemplo do Onix e HB20, o Argo Trekking mostra força em alguns aspectos:
Onde ganha:
- Suspensão elevada e visual aventureiro exclusivo no segmento;
- Espaço interno e porta-malas competitivos;
- Robustez mecânica com manutenção simples.
Onde ele perde:
- Falta de recursos de segurança ativa, que são padrão em rivais mais caros;
- Interior com acabamento mais simples;
- Conectividade sem grandes diferenciais.

Vale o investimento de R$ 107 mil?
Considerando o que entrega em motorização, dirigibilidade, espaço e conectividade, o Argo Trekking 2026 tem um conjunto coerente, principalmente para quem procura um carro com visual diferenciado, mais alto em relação ao solo e fácil de manter.
Por outro lado, faltam equipamentos de segurança mais avançados, que já são vistos em rivais da mesma faixa de preço, o que deixa uma sensação de que ele poderia ir além pelo valor cobrado.
No fim das contas, vale a pena para quem prioriza estilo e robustez, mas quem busca um hatch mais completo em recursos pode se sentir melhor atendido em outras opções.



