Financiar ou não? Quando vale a pena assumir um veículo financiado
Como decidir se o financiamento do carro é vantajoso e evitar dívidas caras
Comprar um carro é um dos maiores compromissos financeiros do brasileiro. Para muitos, financiar é a forma mais viável de adquirir o veículo, mas não necessariamente a mais vantajosa, especialmente em um cenário de juros elevados.
Hoje, bancos e financeiras operam com taxas altas para garantir lucro e segurança, o que exige atenção redobrada do consumidor.
Camila Poltronieri Flaquer, Head de Cobrança Digital (B2C) da Recovery, reforça a importância de comparar bem antes de fechar contrato. Segundo ela, é essencial avaliar não só o valor da parcela, mas o custo total do financiamento, considerando juros, taxas e impostos.
Quando faz sentido
Financiar um veículo pode valer a pena quando ele é essencial para o trabalho, mobilidade diária ou geração de renda. Mas a decisão precisa caber no orçamento mensal sem comprometer gastos fundamentais.
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Analisar antes de financiar
Entrada: quanto maior, menores as parcelas e o custo total.
Juros e CET (Custo Efetivo Total): o CET revela o impacto real da dívida.
Prazo: prazos longos aliviam parcelas, mas encarecem o financiamento.
Comprometimento da renda: o ideal é não passar de 30% da renda familiar.
Outra alternativa para quem não tem pressa é optar por consórcios, que têm taxas menores e não envolvem juros tradicionais. Guardar dinheiro para dar uma entrada maior também pode reduzir significativamente o valor final.
Segundo dados recentes do Banco Central, a taxa média de juros para aquisição de veículos atingiu 28,6% ao ano em março, acima dos 25,4% do ano anterior. Por isso, pesquisar condições é indispensável.
Condições especiais podem ajudar
Alguns grupos têm acesso a taxas reduzidas e benefícios fiscais:
MEIs: conseguem linhas de crédito mais competitivas e com IOF reduzido quando o veículo é utilizado para trabalho.
Pessoas com deficiência (PcD): mantêm isenções de IPI, ICMS e IOF, além de ofertas especiais em bancos e montadoras.Idosos e aposentados: costumam ter acesso a juros menores via crédito consignado, embora o prazo seja limitado à idade ao término do contrato.
Quando não é uma boa ideia
Há cenários em que financiar um carro se torna um mau negócio:
Custo final muito alto - juros elevados podem duplicar o preço do veículo.
Ausência de reserva de emergência - qualquer imprevisto pode levar à inadimplência.
Veículos usados ou muito desvalorizados - em alguns casos, o carro perde valor mais rápido do que os juros são pagos, tornando o negócio desvantajoso.
Se o orçamento estiver apertado, pode ser mais inteligente esperar, economizar e aumentar a entrada.
E se ficar desempregado?
Quando as parcelas atrasam, as consequências são sérias:
O carro pode ser retomado pelo banco, já que fica alienado ao contrato.
A dívida cresce com juros, multas e encargos.
Seu nome pode ser negativado, dificultando novos créditos e impactando o orçamento por meses ou anos.
Nesses casos, o ideal é procurar o banco antes da dívida virar uma bola de neve. Há contratos que incluem benefícios como seguro-desemprego, que permite suspender parcelas por um período.
“Financiar um carro pode ser uma boa alternativa para quem precisa do bem com urgência e tem disciplina financeira. Mas é fundamental evitar parcelas que pesem demais no orçamento e possam levar ao ciclo de endividamento”, conclui Camila, da Recovery.



