Banco Central cria novas regras de proteção contra golpes digitais
Sistema será capaz de rastrear o caminho do dinheiro pelas contas bancárias
O Banco Central vai implementar novas regras ao Mecanismo Especial de Devolução do Pix. A mudança, que passa a valer em outubro de 2025, pretende facilitar a recuperação de valores em caso de fraudes e golpes digitais.
A mensagem do Banco Central, segundo o especialista em golpes digitais Renato Cunha, é clara: "enquanto o ecossistema financeiro trabalha para blindar suas infraestruturas, o usuário final ganhará ferramentas mais poderosas para se defender e reaver seu dinheiro em situações de golpe, consolidando o Pix não apenas como um meio de pagamento eficiente, mas também cada vez mais seguro.”
Agora, os bancos serão obrigados a incluir uma nova funcionalidade para que o cliente possa acionar o sistema de devolução automática dos valores, eliminando a burocracia e a espera. Outra novidade é que o sistema será capaz de rastrear o dinheiro mesmo que os criminosos realizem saques ou transfiram os montantes para outras contas bancárias.
Segurança
Recentemente, a notícia de um desvio de mais de 600 milhões de reais via Pix preocupou e gerou dúvidas entre os consumidores sobre a segurança do modelo de transferência.
“O que ocorreu não foi uma invasão ao sistema do Pix, que permanece robusto e seguro. O ataque foi direcionado a uma empresa intermediária que conecta instituições financeiras ao Banco Central”, explica Renato Cunha, "O alvo eram as reservas financeiras de bancos, não as contas de pessoas físicas. Os criminosos tinham informações privilegiadas e agiram de forma cirúrgica, afetando instituições como o HSBC e a financeira Arta, sem expor dados de clientes comuns.”
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Cunha reforça que o sistema utilizado diariamente por milhões de brasileiros para transferências e pagamentos continua confiável.
“Sua conta bancária e o uso do Pix para transações cotidianas não foram afetados. O que este evento expõe é a necessidade de as empresas que atuam como pontes entre os bancos e o Banco Central investirem massivamente em seus protocolos de segurança, pois a tendência é que ataques desse tipo se repitam”, alerta o especialista.



