Quais as vantagens de uma previdência privada?
O convidado desta semana da Folha Finanças é Rafael Watts, assessor de investimentos, sócio da Athena-BGA, escritório de assessoria credenciado a XP em Pernambuco. Ele foi entrevistado por Camila Haeckel, do Inspiração Invest, e parceria deste blog.
Na entrevista, Watts fala sobre o uso da previdência privada, que é um investimento muito tradicional. Mesmo com tradição no mercado, o recurso foi por muito tempo visto como um produto ruim, com taxas altas e baixa rentabilidade. Na conversa, Rafael explica as vantagens da previdência privada e as transformações pelas quais ela vem passando.
Rafael estudou Engenharia Civil na Universidade de Pernambuco, possui as certificações CPA-20 da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e de Agente Autônomo de Investimentos, pela Ancord. Atualmente ele atua como assessor de investimentos na Athena-BGA, escritório que conta com mais de R$ 1,2 bilhão em investimentos sob assessoria.
Confira a entrevista com Rafael Watts a seguir:
Quais as vantagens de uma previdência privada?
A previdência privada é um produto de investimento com vários benefícios. O primeiro que eu destacaria é o caráter “educativo” que ela possui, é muito comum que o investidor contrate um plano de previdência se comprometendo a fazer aportes mensais, o que acaba criando um hábito de poupança, mesmo que, às vezes, inconsciente.
Além dessa vantagem, temos alguns benefícios fiscais, como a possibilidade de dedução (limitado a 12% da renda bruta tributável) no Imposto de Renda no caso do Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), outra vantagem é a não incidência do “come-cotas” ferramenta de cobrança antecipada de imposto de renda sobre ganho de capital que incide sobre muitos fundos de investimento “tradicionais”.
É importante frisar que no PGBL, o Imposto de Renda é cobrado sobre o montante total do investimento, e não sobre o ganho de capital, como ocorre no Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).
Por último, em alguns estados os planos de previdência não pagam Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), o que pode ser de grande auxílio no processo de sucessão, facilitando o acesso ao capital investido nos planos de previdência, capital esse que pode ser muito importante quando os herdeiros não têm condições de arcar com todas as custas de inventário.
Existem bons fundos de previdência no mercado?
Por muito tempo os planos de previdência privada foram vistos como produtos ruins, com baixo rendimento, altas taxas e pouca mobilidade, e era verdade.
Contudo, com algumas modificações que estão sendo feitas pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), os gestores de fundos de previdência vêm tendo mais liberdade para buscar investimentos mais arrojados, seja investindo no exterior, ou no mercado de ações, por exemplo. Essas alterações têm tornado os fundos de previdência bem mais atraentes do que tínhamos antigamente.
Essa liberdade maior tem atraído grandes gestores independentes, com anos de experiência, para o mercado de previdência.
Hoje temos ótimos fundos de previdência no mercado e a tendência é que esse número cresça cada vez mais.
Como escolher uma boa previdência privada?
São algumas questões importantes que devemos ter em mente: a possibilidade de dedução fiscal, prazo de investimento, valor do investimento, perfil do investidor (conservador, moderado, agressivo).
Essas são questões essenciais que devemos levar em consideração para escolher uma previdência adequada, mas nem sempre essa decisão é simples, todo investidor é diferente e carrega consigo necessidades e objetivos específicos.
O que eu recomendaria é procurar um profissional qualificado para auxiliar nessa tomada de decisão.
Qual a diferença entre previdência fechada e aberta?
A previdência fechada (fundos de pensão) é aquela que é ofertada para um segmento restrito de pessoas, trabalhadores vinculados a determinada empresa ou órgão, e possuem cláusulas e regras mais específicas.
A previdência aberta é a mais comum e acessível para o público em geral, independente de vínculos profissionais, é facilmente encontrada em bancos e corretoras.
Elas também são fiscalizadas por órgãos distintos, enquanto as previdências fechadas são fiscalizadas pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC), as previdências abertas têm como órgão responsável pelo controle e fiscalização a SUSEP.
Em geral, quando falamos em previdência privada, falamos em previdência aberta, por estarmos tratando com o público em geral.
Quem tem uma previdência privada precisa pagar INSS?
É importante lembrar que uma coisa não anula a outra.
A contribuição para a Previdência Social é obrigatória para todos aqueles que possuem atividades remuneradas.
Elas são instrumentos complementares, a previdência privada tem como objetivo garantir uma renda superior à do INSS. Essa renda extra pode ser garantida revertendo o montante acumulado em renda, ou reinvestindo o capital em outros ativos financeiros.
Inspiração Invest



