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Estresse Felino: como proteger o bem-estar dos gatos? 

Existem condições que, embora pareçam seguras para tutores, podem representar uma sucessão de estres

Convivência forçada em ambientes fechados, conflitos sociais em lares com múltiplos animais, iluminação artificial, dietas nem sempre adequadas e até o inevitável envelhecimento podem gerar estresse em gatosConvivência forçada em ambientes fechados, conflitos sociais em lares com múltiplos animais, iluminação artificial, dietas nem sempre adequadas e até o inevitável envelhecimento podem gerar estresse em gatos - Brettjordan / Pexels

Gatos são considerados individualistas, que “não ligam” para nada, mas quem convive com um sabe muito bem que a verdade é que eles são absurdamente sensíveis e se importam com tudo. O ambiente que os cerca é seu lugar seguro e uma mudança pequena pode, por exemplo, causar estresse.

Alterações repentinas de comportamento, como se esconder, miar em excesso ou demonstrar agressividade, podem ser sinais de que o felino está passando por estresse – um problema que vai muito além de simples reações comportamentais.

“O estresse prolongado pode comprometer a saúde física, enfraquecer o sistema imunológico e até desencadear doenças urinárias, problemas de pele e alterações no apetite”, alertou a médica-veterinária Marina Tiba, da Ceva Saúde Animal.

Convivência forçada em ambientes fechados, conflitos sociais em lares com múltiplos animais, iluminação artificial, dietas nem sempre adequadas e até o inevitável envelhecimento podem gerar estresse em gatos. 

Situações do dia a dia também podem gerar tensão. Mudanças de casa, reformas, novos móveis ou mesmo a chegada de visitas ou novos moradores alteram o território que o gato reconhece como seguro, provocando desconforto.

Além disso, fatores externos como barulhos intensos, fogos de artifício, visitas frequentes ou a ausência prolongada do tutor podem afetar diretamente o equilíbrio emocional dos felinos.

Identificar os sinais de estresse é o primeiro passo para proteger a saúde emocional dos gatos. Entre os mais comuns estão agressividade, vocalização excessiva, perda de apetite, tendência a se esconder e lambedura compulsiva, que pode levar à queda de pelos. 

“Esses comportamentos indicam que o animal está tentando lidar com uma situação que não consegue controlar, reforçando a importância de ajustes no ambiente, no manejo diário e da busca por orientação de um médico-veterinário especializado”, destacou Marina.

Se o seu gatinho tenta muito fugir, pode ser sinal que ele tem pouco espaço dentro de casa. Essa situação pode ser contornada com passeios. E sim, gatos também podem passear. É uma atividade extremamente benéfica, inclusive. Os passeios devem ser feitos com uso de guia e, claro, respeitando os caminhos e o tempo que ele demanda para cheirar cada cantinho. 

Se o caso for de briga territorial com outros animais, por caixas de areia, brinquedos, água, comida ou locais de descanso, é preciso oferecer mais itens. “Nesses casos, oferecer múltiplos recursos para cada gato é fundamental para reduzir disputas e criar um ambiente mais harmonioso”, explicou Marina.

Existem diversas formas de promover o bem-estar felino em casa. O enriquecimento ambiental é uma das principais: arranhadores, brinquedos interativos, prateleiras e esconderijos o ajudam a explorar o espaço de forma segura e estimulante. Além disso, o tempo de brincadeira com o tutor fortalece o vínculo, proporciona diversão e segurança emocional, reduzindo consideravelmente o estresse.

Outro recurso eficaz é o uso de feromônios sintéticos. “Os feromônios são sinais químicos naturalmente produzidos pelos felinos, que transmitem mensagens de segurança, bem-estar e território. As versões sintéticas, que imitam esses sinais, ajudam na adaptação a situações desafiadoras, trazendo mais serenidade e equilíbrio”, explica a veterinária.

Ao reconhecer os sinais de estresse e adotar estratégias de prevenção, é possível transformar a rotina dos gatos, tornando-os mais confiantes, relaxados e felizes.

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