Pesquisa da UFRPE revela como a convivência com gatos reduz estresse e solidão
Cuidado e carinho com os felinos podem auxiliar na rotina, no humor e na saúde mental dos tutores
A convivência com gatinhos desempenha um papel fundamental no apoio à saúde mental de seus tutores, indo além de uma simples companhia e impactando positivamente o bem-estar humano.
O contato físico com gatos estimula a liberação de serotonina e dopamina ao mesmo tempo em que reduz os níveis de cortisol, hormônio ligado ao estresse. O ronronar característico dos felinos em determinadas situações, principalmente quando se sentem confortáveis, também atua como fonte de relaxamento e aconchego.
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A pesquisa “Papel da ligação gato-humano no apoio da saúde mental dos tutores", realizada pela médica-veterinária Raissa Coutinho, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), reconheceu benefícios únicos e mutualísticos na relação entre gatos e seus tutores.
Alívio do Estresse e Aumento da Felicidade
A companhia de um animal é um poderoso moderador fisiológico e psicológico, como já demonstrado em diversas pesquisas apresentadas pela Folha Pet.
No caso específico dos gatos, sua companhia está diretamente relacionada ao aumento da felicidade e à diminuição da ansiedade. Os benefícios dessa relação são considerados essenciais em casos de depressão e solidão.
“A percepção refinada e sutil do gato é sensível às mudanças de humor do humano por quem ele tem afeto, considerando solidão, isolamento e depressão. Nesses casos, os gatos buscam instintivamente uma maior aproximação, permitindo o toque ou até mesmo iniciando-o com o esfregar da cabeça, flanco e cauda no humano”, diz o estudo.
Solidão
A solidão possui um conceito bidimensional que, quando aprofundado e não assistido socialmente, pode evoluir para quadros de depressão. A tutela de um gatinho é uma forma eficaz de reduzir o sentimento de solidão ao promover o vínculo afetivo humano-gato.
Pessoas que compartilham a vida com um animal frequentemente observam uma diminuição no sentimento de isolamento, pois desenvolvem um senso de companheirismo e de se sentir necessário.
Embora tenham fama de independentes, os gatos buscam companhia por afinidade ou necessidade
Curiosamente, em um contexto de isolamento, tutores de gatos menos solidão quando comparados a tutores de cães.
Segundo a pesquisa, os gatos demonstram ser capazes de oferecer apoio emocional como companheiros na solidão, sem causar o que se chama de "saturação". O isolamento social, que pode levar à perda da capacidade de estabelecer relações satisfatórias, encontra no gato um alívio.
Os gatos são sensíveis a mudanças no humor humano, especialmente em casos de solidão, isolamento e depressão. Quando o ser humano manifesta depressão e inatividade, o animal sente-se mais compelido a iniciar interações de vínculo afetivo.
Limites Terapêuticos
A pesquisa enfatiza que, embora a companhia felina ajude na ansiedade e solidão, ela não substitui o tratamento médico
Os gatinhos atuam como adjuvantes essenciais, mas o animal não deve ser tratado como um meio para apenas a finalidade do apoio emocional. Transtornos mentais precisam de tratamento aliado a uma boa qualidade de vida, que pode incluir a convivência com um gatinho



