Pulgas e carrapatos: mais da metade dos tutores ignoram prevenção
Levantamento ouviu mais de 4 mil tutores e quase 600 veterinários
Uma pesquisa realizada pela MSD Saúde Animal identificou que tutores não são muito comprometidos com a prevenção contra pulgas e carrapatos em seus animais. O levantamento, intitulado “Perspectivas de Proprietários de Animais de Estimação sobre Tratamento e Prevenção de Parasitas”, ouviu 4.072 tutores e 582 médicos-veterinários, oferecendo uma visão abrangente sobre os desafios no controle desses parasitas.
A pesquisa envolveu 15 países: Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, França, Alemanha, Itália,Estados Unidos, Brasil, México, Peru, China, Japão, Espanha, Polônia e Canadá.
Leia Também
• O que acontece com o tutor quando seu cão ataca alguém na rua? Entenda
• Tutor de primeira viagem: como cuidar da alimentação do seu animalzinho?
O Brasil, inclusive, destacou-se com o maior número de animais e veterinários incluídos, registrando a maior amostra entre todos os países e reforçando a relevância dos dados nacionais para o estudo. Apesar de 83% dos tutores considerarem o tratamento contra pulgas e carrapatos essencial para o cuidado com seus animais, ao menos metade dos tutores de cães (46%) e de gatos (51%) admitiu ter esquecido de administrar o tratamento contra pulgas e carrapatos.
Dos tutores entrevistados, 80% se sentem confiantes na eficácia dos medicamentos, mas ainda assim muitos esquecem de aplicar. Profissionais da área, os médicosveterinários demonstram preocupação: 74% deles acreditam que a administração inconsistente pode deixar famílias e animais vulneráveis às infestações. Mesmo com o percentual alto dos entrevistados reconhecerem as ameaças à saúde dos pets, apenas 40% acreditam que esses parasitas possam representar riscos também à saúde humana.
O desconhecimento é ainda mais alarmante quando se observa que 67% dos tutores afirmam não conhecer a ehrlichiose, doença grave transmitida por carrapatos que pode exigir hospitalização e, em casos graves, levar a complicações fatais em humanos. Outro ponto importante revelado pelo estudo é a percepção equivocada sobre a sazonalidade dos parasitas.
Quase metade dos tutores (44%) associa a presença de pulgas e carrapatos apenas aos meses de verão, enquanto os médicos-veterinários são quatro vezes mais propensos a afirmar que o risco existe ao longo de todo o ano. Um consenso entre tutores e médicos-veterinários foi a forma de tratamento.
Ambos demonstraram interesse em medicamentos de longa duração. Dois terços dos profissionais afirmaram que recomendariam uma opção anual, enquanto três em cada quatro tutores disseram que provavelmente adotariam esse tipo de tratamento.
“É alarmante notar que a maioria dos tutores ainda desconhece doenças graves, como a ehrlichiose. Por isso, é fundamental que os donos visitem seu médicoveterinário pelo menos uma vez ao ano e discutam as estratégias mais eficazes de proteção contínua”, explicou Rob Armstrong, da MSD Saúde Animal.
Doença
A erliquiose e a babesiose são as principais doenças que caracterizam o que se conhece popularmente como doença do carrapato.
A erliquiose é causada pela bactéria Ehrlichia canis, que aoacessar a corrente sanguínea afeta as células de defesa (glóbulos brancos) do sistema imunológico do animal, causando a destruição dessas células, além da possibilidade de acometer hemácias (glóbulos vermelhos) e plaquetas.
A babesiose, por sua vez, é causada pelo protozoário Babesia canis e é transmitida pela saliva do carrapato infectado durante a alimentação. Essa doença destrói os glóbulos vermelhos do animal, resultando em um quadro de anemia severa.
O pet pode apresentar sinais físicos e comportamentais logo após a infecção, como palidez, perda de apetite, cansaço extremo, letargia e depressão. Sem tratamento, a "doença do carrapato" pode causar a morte do animal. Ambas enfermidades podem ser transmitidas para as pessoas.



