Humberto Costa: o destino da PEC da Blindagem e o olhar sobre os votos favoráveis
Para o senador, desafio é manter mobilização nas ruas, a fim de evitar aprovação da anistia
A mobilização, que ganhou as ruas no último domingo, contra a PEC da Blindagem não apenas ressuscitou as manifestações de forças progressistas.
Ajudou a derrubar barreiras que distanciam a população do Senado Federal e a mostrar a relevância da Casa Alta, mais que nunca detentora do poder de revisar o que a Câmara aprovou na semana passada.
Por 344 votos a favor e 133 contra, deputados cravaram que parlamentares e presidentes nacionais de partido sejam julgados por qualquer crime apenas com autorização da Casa. E mais: através do voto secreto.
Hoje a Comissão de Constituição e Justiça do Senado deve analisar a matéria. “A PEC da Blindagem está sepultada. Depois das manifestações, ninguém vai ter coragem de votar a favor”, desafia o senador Humberto Costa (PT).
O petista prefere acreditar que deputados considerados mais à esquerda e que votaram a favor da blindagem - como o peessebista Pedro Campos - tenham cometido erro de avaliação.
“Não acho que estivessem mal intencionados ou dispostos a defender corruptos. O que houve foi um erro político gigantesco. E se deram mal”, analisa.
Esses parlamentares teriam apostado em um acordo com o centrão para, votando a favor da PEC da Blindagem, o projeto de anistia aos que cometeram atos golpistas fosse descartado da pauta. Mas não foi o que aconteceu.
“A anistia agora depende da opinião pública. Nosso trabalho é fazer essa construção para que a população não deixe as ruas”, propõe o petista, que está no segundo mandato de senador e é candidato à reeleição no próximo ano.
Sem trégua
No dia em que a Assembleia Legislativa aprovou por unanimidade pedido de empréstimo do Executivo de US$ 152milhões, a deputada Débora Almeida voltou a cobrar agilidade para apreciar a outra operação de crédito, de R$ 1,7 bilhão. O projeto chegou à Casa no dia 5 de junho. “Não há justificativa para essa demora”, afirmou.
Solo resistente
A vereadora Jô Cavalcanti foi a única contra a nova Lei de Uso e Ocupação do Solo do Recife e lamentou que suas emendas não tenham sido acolhidas. Na votação, sobraram elogios ao presidente da Comissão Especial, Eduardo Mota, ao relator Carlos Muniz e ao secretário de Desenvolvimento e Licenciamento, Felipe Matos.
Força perdida
A deputada Dani Portela, proponente oficial da CPI da Publicidade, admitiu ontem que as várias decisões judiciais instabilizaram a comissão. “É inegável que a CPI perdeu força.” Proposta era investigar supostas irregularidades em contratos do estado.
Divididos
Idas e vindas judiciais também mobilizam o MDB. Hoje a executiva estadual do partido define quem, entre os deputados Jarbas Filho e Waldemar Borges, será o líder na Alepe. Também decide se será ou não oposição ao governo e a composição das comissões.



