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Jarbas Vasconcelos, homenagens além dos mandatos

Ex-governador recebe mais uma homenagem, desta vez do Porto Digital, que ajudou a criar há 25 anos

Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco

A política, além da arte do diálogo, é um palco de intensas e constantes transformações. Homens públicos vêm e vão, mas poucos conseguem deixar uma marca tão indelével que transcenda o tempo de seus mandatos. O ex-governador Jarbas Vasconcelos, 83 anos, que deixou a vida pública em 2023 por questões de saúde, é um desses poucos. A prova são as homenagens que vem recebendo desde que resolveu sair de cena. A mais recente se deu ontem, quando o Porto Digital, um dos principais distritos de inovação da América Latina, prestou um tributo a ele, que teve uma participação fundamental na instalação do complexo tecnológico no Recife Antigo.

Homenagens como essa surgem não como nostalgia de um passado perdido, mas como o reconhecimento vívido de uma visão de futuro que continua a moldar o presente. Jarbas, que também foi  prefeito do Recife e deputado, deixou a política, mas a política não o esquece. Vez por outra é lembrado. Em 2023, ganhou a primeira parte de uma robusta biografia, em dois volumes, escrita pelo jornalista Ennio Benning. Em junho deste ano, no lançamento da 25ª Fenearte, a governadora Raquel Lyra homenageou Jarbas, um incentivador da arte e da cultura pernambucana, que criou a feira de artesanato.

Além do Porto Digital e da Fenearte, seu legado está em obras estratégicas, como a duplicação da BR-232, para citar apenas uma. A história de Jarbas serve como um exemplo de que o maior reconhecimento para um político nem sempre é a reeleição, mas o legado que deixa. Em 2026, para marcar os 40 anos da primeira gestão dele como prefeito, Jarbas vai ganhar a segunda parte da biografia dele.

No Palácio
O presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, desembargador Ricardo Paes Barreto, assumirá o cargo de governador a partir do dia 24 deste mês, uma vez que a governadora Raquel Lyra ainda estará em missão internacional, e a vice Priscila Krause e o presidente da Alepe, Álvaro Porto, também estarão fora do estado. Barreto será o único presidente do TJPE que assumiu a prefeitura e o governo numa mesma gestão.

Cotas raciais 1
O deputado Renato Antunes (PL) foi o único que se absteve de votar o projeto de lei de Dani Portela (PSOL), que institui uma reserva de 30% das vagas para cotas raciais em concursos públicos do estado. Quando a lei de cotas foi criada, em 2012, havia uma discrepância de participação de negros e pardos nas universidades. A distorção histórica de lá para cá, segundo Antunes, já foi resolvida. Nesse sentido, assegura ele, todos projetos de cotas deveriam ter temporalidade, que pode ser de dez a 15 anos. 

Cotas raciais 2
Dani Portela sustenta que aprovação do PL foi a correção de um erro histórico. Para a deputada, o estado é formado por maioria de população negra, mas que não é maioria nos espaços públicos. As desigualdades, acrescenta ela, são de classes sociais, gênero e raça, mas o racismo estrutura todas as outras.

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