Sex, 05 de Dezembro

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Marcella Balthar

COP30: justiça social e climática para transformar o agora

Foto: Flávio Contente

A COP30 transformou Belém em um grande espaço de diálogo entre ciência, arte, comunidades e propósito. Em meio às discussões globais sobre meio ambiente e equidade, participei como palestrante no painel Justiça Social e Climática – acolhimento e prevenção em resposta ao aquecimento global, dentro da programação do Regenera Project – Transformando o Agora, uma das iniciativas mais inspiradoras desta edição.

O debate, mediado por Taíssa Buescu, idealizadora do projeto, trouxe uma reflexão essencial sobre a interdependência entre as agendas ambiental e social. Discutimos como o enfrentamento à crise climática precisa considerar não apenas a redução de emissões, mas também o acolhimento, a reconstrução e o fortalecimento de comunidades que vivem na linha de frente dos desastres ambientais.

O Regenera Project, realizado em Belém desde maio, já impactou mais de quatrocentas famílias por meio da capacitação de catadores na chamada marcenaria do plástico. Essa frente pioneira transforma resíduos em arte, amplia o protagonismo dos trabalhadores da reciclagem e revela como a economia circular pode gerar oportunidades reais de inclusão e renda.

Durante a COP30, o projeto se materializou em um festival cultural no Teatro Estação Gasômetro, reunindo arte, design, bioeconomia e diálogos sobre justiça climática. O espaço se tornou um símbolo do que significa transformar o agora, por meio da educação ambiental, da criatividade e da força coletiva que nasce quando sustentabilidade e dignidade caminham juntas.

A experiência em Belém reforçou a certeza de que regenerar o planeta exige também regenerar vínculos humanos. A justiça climática precisa ser, antes de tudo, justiça social. É preciso garantir acesso, segurança e futuro para quem mais sente os impactos das mudanças do clima.

A Amazônia, mais do que cenário da COP30, é um território de soluções. Cada iniciativa que floresce aqui prova que o Brasil tem muito a ensinar ao mundo sobre resiliência, solidariedade e inovação. Transformar o agora é olhar para as pessoas, valorizar seus saberes e agir com o compromisso de quem entende que cuidar do planeta é cuidar uns dos outros.

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