Qual o segredo para o desenvolvimento (2)?
Um desenvolvimento focado na educação e no meio-ambiente
No texto passado, expus aqui, pelo menos, duas premissas básicas para uma nova condição de desenvolvimento, que esteja apoiada nas prioridades da educação e do meio-ambiente.
Por um lado, tratei de realçar a relevância da questão identitária, que tanto diferencia o Brasil de outras nações. Ou seja, enalteci a diversidade cultural, enquanto expressão de uma riqueza ímpar, que daria o tom de um modelo próprio de desenvolvimento. Um caminho distanciado da ideia vigente, traduzida por uma espécie de "colonialismo mental", que não traduz aquela máxima rousseauniana do "doce sentimento da existência", aqui dado pela validação da originalidade e espontaneidade que fazem o jeito brasileiro de ser.
Por outro lado, também destaquei a urgência da superação de um estágio social, que seja capaz de transgredir uma certa condição injustificável, na qual o Brasil não consegue assegurar para milhões de cidadãos um padrão básico de dignidade humana.
Assim, mantendo aqui a mesma sintonia com o pensamento de Giannetti, considerados quaisquer avanços na direção de um digno processo civilizatório, a modelação feita em nome de um desenvolvimento que não compactue com exemplos de fora, é garantir nossa realidade. Para isso, os focos passam por firmes decisões políticas, que tragam outros olhares sobre educação e meio-ambiente. Hoje, trato aqui, do papel que cabe à educação.
Para seguir nessa linha, além de reconhecer o mérito do pensamento de Giannetti, agrego ainda as ideias de um verdadeiro Menestrel dessa causa tão evidente na sua prioridade, mas tão insignificante nos seus resultados: o padrão da educação brasileira. Nesse ponto, incorporo também como inspiração, a defesa obsessiva pela educação, pela ótica do político e professor Cristovam Buarque. Neste particular, nosso entendimento sobre o quanto é importante priorizar o ensino fundamental como polutica pública de primeira grandeza. E, mais importante ainda, no seu modelo integral, que agregue valores com práticas e conhecimentos maiores, na arte, na cultura, na cidadania e na preservação ambiental.
Infelizmente, quando a pauta é educação, nada é mais exemplo do que são discursos estéreis e vazios. Nada se distancia tanto do que seja teoria e prática. Do que representa o propósito otimista e a conquista fracassada. De fato, a educação brasileira, sobretudo, naquilo que concerne ao ensino básico, é um fiasco que exige coragem cívica, obsessão positiva e determinação efetiva. Um compromisso inarredável para transformar, de verdade, a cara do Brasil.
Particularmente, vivenciei, nos últimos anos, novas experiências com o ensino público e fundamental e pude constatar que, sem esforços tão extraordinários, há exemplos capazes de renovarem a esperança. De acreditar que há como transformar o padrão socioeconômico atual. Faltam decisões políticas e engajamentos comprometidos. Portanto, ainda há razões de sobra para apostar num outro estilo de desenvolvimento, bem mais consistente por conta do papel da educação



