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Test drive Volkswagen Tera 2025 Outfit: vale a pena o pacote exclusivo do SUV herdeiro do Gol?

Confira prós e contras do novo SUV compacto com motor 1.0 TSI do novo “porta de entrada” da VW

Volkswagen Tera 2025: Azul Ártico exclusivo com teto preto faz combinação que chama atenção nas ruasVolkswagen Tera 2025: Azul Ártico exclusivo com teto preto faz combinação que chama atenção nas ruas - Volkswagen/Divulgação

O Volkswagen Tera 2025 chega ao mercado para ser o SUV mais acessível da marca no Brasil, posicionado abaixo do T-Cross. Compacto, com motor 1.0 TSI e foco no uso urbano, o modelo tenta atrair quem busca design moderno e tecnologia, mas sem abrir mão da versatilidade de um modelo esportivo.

Produzido em Taubaté (SP), o Volkswagen Tera 2025 foi desenvolvido no Brasil sobre a plataforma MQB0 e tem alto índice de nacionalização. O processo de fabricação envolve carroceria, pintura, mecânica e eletrônica em uma linha modernizada e automatizada, fruto do recente investimento da marca na unidade.

O modelo tem a responsabilidade de ser o herdeiro do Gol, um dos maiores ícones da história da marca no país. Tivemos a oportunidade de dirigir o carro na cor Azul Ártico e na versão The Town, já esgotada e inspirada no festival de música que acontece em São Paulo neste mês de setembro.

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De diferente, o modelo tem apenas a logo do evento na coluna C. De resto, é igual à versão topo de linha, incluindo os pacotes Outfit e Advanced Driver Assistance Systems (ADAS).

Nessa junção, o modelo custa R$ 151.179. Mas, por esse valor, será que o caçula da família VW entrega de fato tudo o que promete e vai conseguir superar a expectativa de repetir a história de sucesso do seu antecessor? Contamos os pontos fortes e fracos que avaliamos durante o test drive. Confira!

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Tera com pacote outfit traz bancos em couro, itnerior escurecido, mas peca no espaço da segunda fileira.
Tera com pacote outfit traz bancos em couro, interior escurecido, mas peca no espaço da segunda fileira | Foto: Volkswagen/Divulgação

Ao volante: desempenho justo para a proposta
Equipado com motor 1.0 TSI de até 116 cv e 16,8 kgfm de torque, o Tera mostrou bom fôlego no trânsito urbano. O câmbio automático de seis marchas faz trocas suaves e responde bem nas retomadas, especialmente em baixas velocidades. Não é um carro para entusiasmar em estrada, mas entrega agilidade suficiente para a cidade e um consumo competitivo frente aos rivais.

A suspensão privilegia o conforto, absorvendo buracos e lombadas com competência, e a direção elétrica leve facilita manobras. No geral, a experiência ao volante é positiva e adequada ao segmento dos SUVs compactos de entrada.

Espaço interno com limitações 
Aqui o Tera mostra suas limitações. Apesar do entre-eixos de 2,56 m, o espaço na segunda fileira é apertado para adultos mais altos, especialmente no espaço para as pernas. Outro ponto que pesou negativamente no test drive foi a ausência de saídas de ar-condicionado para os passageiros traseiros, algo que já virou item comum em concorrentes diretos.

Em conectividade, o carro tem opção de carregamento por indução e entradas USB-C, mas peca por não oferecer entradas adicionais tradicionais (USB-A), o que pode limitar quem viaja com mais de dois dispositivos. O porta-malas de 350 litros é adequado, mas não chega a ser destaque frente a alguns rivais.

Tera tem bancos com acabamento de qualidade e multimídia com conectividade e a inteligência artificial Otto
Tera tem ar-condicionado digital, painel com detalhe em LED e multimídia com conectividade e a inteligência artificial Otto. | Foto: Volkswagen/Divulgação

Outfit traz estilo exclusivo
O pacote Outfit é o que realmente diferencia o Tera. A pintura Azul Ártico com teto preto, combinada às rodas exclusivas e detalhes em preto brilhante, confere ao SUV compacto um ar mais sofisticado. O interior é escurecido, e os bancos recebem melhor acabamento com costuras aparentes e materiais que elevam a sensação de boa qualidade.

Apesar de não trazer ganhos mecânicos ou de espaço, o Outfit agrega exclusividade, tornando o Tera uma opção mais interessante para quem busca se destacar no trânsito.

Tecnologia e segurança
Um dos pontos em que o Volkswagen Tera busca se diferenciar é na oferta de equipamentos de assistência ao motorista. O SUV pode ser equipado com o pacote ADAS, que reúne tecnologias como alerta de colisão com frenagem autônoma de emergência, assistente de permanência em faixa, detector de ponto cego, além de controle de cruzeiro adaptativo e ISOFIX, o padrão internacional de fixação de cadeirinhas

No test drive, os sistemas se mostraram bem calibrados, atuando de forma discreta e eficiente, principalmente em situações de trânsito mais intenso.

A central multimídia de 10 ou 12 polegadas (dependendo da versão) também merece destaque, com boa resposta e integração sem fio para Android Auto e Apple CarPlay.

Outro destaque tecnológico do Tera é a integração com o Meu VW 2.0, aplicativo que agora conta com a Otto, primeira inteligência artificial generativa criada por uma montadora no Brasil.

A ferramenta permite que o motorista tire dúvidas sobre o carro, receba recomendações de uso e até personalize experiências de conectividade. É um passo importante para aproximar ainda mais o condutor do ecossistema digital da Volkswagen e reforça a aposta da marca em inovação.

Ainda assim, vale pontuar que recursos mais avançados só estão presentes nas versões de topo ou como opcionais. Concorrentes como Nissan Kicks e Renault Kardian já oferecem alguns desses itens em pacotes mais acessíveis, o que pode fazer diferença na comparação direta.

Com teto preto, rodas exclusivas e bastante personalidade, o Tera Outfit não passa despercebido.
Com teto preto, rodas exclusivas e bastante personalidade, o Tera Outfit não passa despercebido. | Foto: Volkswagen/Divulgação

Concorrentes diretos
No segmento, o Volkswagen Tera entra em uma disputa direta com modelos já consolidados.

O Nissan Kicks se destaca pelo espaço interno e conforto da segunda fileira, além de oferecer um porta-malas mais generoso para viagens.

O Renault Kardian aposta em conectividade de série, painel digital desde as versões de entrada e um porta-malas de 410 litros, números que superam os do Tera.

Já o Fiat Pulse leva vantagem em desempenho, com motor 1.0 turbo de até 125 cv e comportamento mais ágil em estrada.

O Tera, por outro lado, responde com design mais sofisticado, acabamento interno de nível superior ao do Pulse e Kardian, além de uma central multimídia mais moderna do que a do Kicks.

Em resumo, enquanto perde em espaço e potência, o SUV da Volkswagen aposta no estilo, na boa dirigibilidade urbana e na força da marca para conquistar o público que busca o primeiro SUV compacto.

Vale investir?
O Volkswagen Tera 2025 cumpre bem o papel de SUV de entrada da marca, entregando design diferenciado, boa dirigibilidade urbana e pacotes de tecnologia que o colocam à frente de alguns concorrentes em conectividade e segurança.

No entanto, limitações como o espaço traseiro reduzido, a ausência de saídas de ar para quem viaja atrás e o preço elevado nas versões completas pesam contra.

Se o objetivo é ter um SUV compacto com estilo, acabamento acima da média e a confiança de uma marca consolidada, o Tera pode, sim, ser uma escolha interessante.

Mas quem busca mais espaço ou desempenho superior talvez encontre opções mais equilibradas em rivais como o Nissan Kicks, Renault Kardian e o Fiat Pulse. No fim das contas, a decisão vai depender de quanto valor você dá ao visual moderno e à proposta tecnológica que a Volkswagen traz com o caçula da família.

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