A força do nutricionista e do profissional de educação física na saúde
A saúde é resultado de um trabalho multidisciplinar
Entre os dias 31 de agosto e 1º de setembro, o calendário celebra dois profissionais que têm papel central na promoção da saúde: o nutricionista e o profissional de educação física. Datas tão próximas que parecem reforçar o quanto suas atuações se complementam no cuidado com a população. No consultório e fora dele, a presença desses especialistas é determinante não apenas para a estética ou para a performance, mas, sobretudo, para a prevenção de doenças e para a construção de uma vida mais equilibrada.
A rotina moderna impõe desafios que vão muito além da mesa de refeições ou da prática de exercícios. O excesso de alimentos ultraprocessados, o sedentarismo, o estresse e as jornadas de trabalho extensas têm favorecido o crescimento de doenças crônicas, como obesidade, hipertensão e diabetes. Nesse cenário, o trabalho do nutricionista e do profissional de educação física torna-se ainda mais urgente e necessário.
O nutricionista é o profissional capacitado para orientar escolhas alimentares conscientes, equilibradas e individualizadas. Seu papel vai muito além de montar cardápios: envolve interpretar exames, identificar carências nutricionais, compreender a realidade cultural e socioeconômica de cada paciente e propor estratégias realistas para uma mudança duradoura. Em uma sociedade marcada por dietas milagrosas e informações desencontradas, o nutricionista é a voz da ciência e do bom senso, oferecendo segurança em meio a tantas modas passageiras.
Já o profissional de educação física atua como guia na prática de exercícios, prevenindo lesões e garantindo que a atividade seja adequada à condição física de cada pessoa. Sua relevância não está apenas no incentivo ao movimento, mas também na capacidade de adaptar treinos a diferentes idades, objetivos e limitações. Com isso, ajuda a reduzir o risco de doenças cardiovasculares, fortalece ossos e músculos e, não menos importante, promove o bem-estar emocional, já que o exercício físico é um dos mais potentes aliados no combate à ansiedade e à depressão.
A soma dessas duas atuações gera um impacto transformador. Alimentação equilibrada e atividade física regular são juntas, os pilares mais sólidos da saúde preventiva. Quando trabalhados em conjunto, nutrição e movimento reduzem drasticamente a incidência de doenças crônicas, melhoram a qualidade de vida e aumentam a longevidade saudável. É um investimento que se reflete tanto no indivíduo quanto na sociedade, diminuindo os custos com internações e tratamentos de alto custo.
Como médico, vejo diariamente em minha prática a diferença que esses profissionais fazem. Muitos pacientes que chegam com queixas de fadiga, dores musculares, ganho de peso ou alterações metabólicas encontram solução não apenas nos medicamentos, mas no ajuste da dieta aliado a um programa de atividade física consistente. Quando nutricionista e profissional de educação física caminham ao lado do paciente, os resultados são mais rápidos, duradouros e sustentáveis.
Multidisciplinar - a saúde é resultado de um trabalho multidisciplinar que inclui também a medicina. O médico é responsável por avaliar condições clínicas, diagnosticar doenças, prescrever tratamentos e, muitas vezes, encaminhar o paciente para o nutricionista e o profissional de educação física. Quando esses três olhares: o médico, o nutricional e o físico – se encontram, a visão de saúde se torna mais completa, integrando prevenção, tratamento e promoção do bem-estar.
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Acontece
Centro Cultural MHM promove palestras sobre desenvolvimento emocional em setembro
Crédito da Foto: Fhox Mídia
O Instituto Marcos Hacker de Melo, em Boa Viagem, promove em setembro um ciclo de palestras sobre desenvolvimento emocional, sempre às terças-feiras, às 19h, no auditório do centro cultural. Ministradas pela psicóloga Adriana Moraes, as conferências abordam temas do dia a dia com foco em autoconhecimento e qualidade de vida. A programação é a seguinte: 02/09 – Inteligência Comportamental; 09/09 – O valor da resiliência; 16/09 – O segredo da felicidade; 23/09 – Ansiedade: como posso manejá-la?; 30/09 – A sutil arte de lidar com o estresse. Ingressos a R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia), à venda no TicketMais ou na bilheteria do local.
Em Pauta
Infecções dentárias: riscos, prevenção e cuidados
Surtos silenciosos na boca podem gerar complicações graves para a saúde geral do corpo
Cirurgião-dentista Juliano Borelli - Foto: Divulgação
Uma infecção dentária em adultos vai muito além da dor. Ela pode trazer riscos locais, como a perda do dente e destruição óssea, e evoluir para complicações graves em todo o corpo. O alerta é do cirurgião-dentista Juliano Borelli. Ele explica que, se não tratada a tempo, a infecção pode atingir a corrente sanguínea, o coração e até o cérebro.
“É um erro pensar que dor de dente é algo simples. Uma infecção pode provocar abscessos, danos irreversíveis ao nervo e até levar à perda do dente. Mas o mais grave é quando a bactéria se espalha e compromete outros órgãos”, alerta o especialista.
Entre os riscos sistêmicos, estão condições graves como septicemia, endocardite bacteriana e até abscessos cerebrais. “Essas complicações podem resultar em internações prolongadas, sequelas neurológicas e, em casos extremos, até morte. Por isso, nunca se deve postergar o atendimento quando os primeiros sinais aparecem”, reforça Borelli.
A prevenção ainda é o caminho mais seguro. Manter uma rotina de higienização adequada e consultas regulares ao dentista são medidas essenciais. “Dor espontânea, inchaço, febre, mau hálito e sangramento na gengiva são sinais de que algo não está bem. Ignorar esses sintomas pode custar caro para a saúde”, adverte o dentista.
Para Juliano, a mensagem é clara: não negligencie uma dor de dente. “A saúde bucal está diretamente ligada à saúde geral do organismo. Buscar atendimento imediato pode salvar não apenas um dente, mas também a vida do paciente.”
COMPLICAÇÕES
Abscessos dentários:
Um abscesso é uma coleção de pus que se forma devido à proliferação de bactérias na região do dente ou gengiva. Ele provoca dor intensa, inchaço visível, vermelhidão e, em alguns casos, pode gerar febre e dificuldade para abrir a boca ou engolir. Se não tratado, o pus pode se espalhar para tecidos próximos, inclusive para o pescoço e a face, comprometendo vias respiratórias.
Septicemia (infecção generalizada):
Quando a infecção ultrapassa a região oral e chega à corrente sanguínea, ocorre a septicemia — um quadro potencialmente fatal. Os sintomas vão além da boca: febre alta, calafrios, taquicardia, queda de pressão e confusão mental. Nessa fase, o paciente preciso de internação imediata e tratamento com antibióticos venosos. Sem intervenção, a septicemia pode levar à falência múltipla dos órgãos.
Endocardite bacteriana:
Essa é uma complicação menos comum, mas extremamente grave. A bactéria que sai de uma infecção dentária pode alcançar o coração e se alojar nas válvulas cardíacas. Pessoas com doenças cardíacas pré-existentes ou válvulas artificiais têm maior risco. Os sintomas incluem febre persistente, calafrios, sudorese noturna, falta de ar e cansaço extremo. A endocardite pode causar insuficiência cardíaca e requer antibióticos potentes ou até cirurgia cardíaca.
Por que o alerta é urgente?
Uma dor de dente que parece banal pode ser a porta de entrada para doenças que colocam a vida em risco. Por isso, sinais como dor persistente, inchaço, mau hálito e febre devem ser interpretados como pedidos de socorro do corpo. A ida imediata ao dentista é a forma mais segura de evitar que uma infecção simples evolua para quadros complexos.
O QUE FAZER?
- Higienização correta: escovação após as refeições e uso diário de fio dental.
- Visitas periódicas ao dentista: fundamentais para identificar precocemente inflamações.
- Atenção aos sinais de alerta: dor forte, inchaço, dificuldade para mastigar e febre.
Procure atendimento médico imediato se notar sintomas persistentes.



