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Saúde e bem-estar

Alimentação e atividade física são essenciais para fortalecer os ossos e prevenir doenças

O médico Rafael Coelho informa que cuidar dos ossos é investir em saúde, movimento e longevidade

Estilo de vida saudável é importante para a longevidadeEstilo de vida saudável é importante para a longevidade - Canva
O Dia Mundial da Osteoporose, celebrado em 20 de outubro, reforça a importância da alimentação rica em cálcio e vitamina D, da prática regular de exercícios e de hábitos saudáveis para prevenir a perda óssea e preservar a qualidade de vida.

A osteoporose é uma condição silenciosa que enfraquece os ossos e aumenta o risco de fraturas, especialmente em mulheres após a menopausa e em idosos. O Dia Mundial e Nacional da Osteoporose, celebrado em 20 de outubro, é um importante lembrete sobre a necessidade de cuidar da saúde óssea ao longo da vida. Embora a doença esteja associada ao envelhecimento, é possível preveni-la e retardar sua progressão por meio de uma alimentação equilibrada, prática de atividade física e manutenção de hábitos saudáveis.

A estrutura óssea é dinâmica e se renova constantemente, mas esse processo tende a desacelerar com o passar dos anos. Quando há desequilíbrio entre a formação e a perda de massa óssea, os ossos se tornam mais frágeis e suscetíveis a fraturas, especialmente no quadril, coluna e punhos. Entre os principais fatores de risco, estão o envelhecimento, o histórico familiar de osteoporose, o sedentarismo, o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e café, o uso prolongado de corticoides e dietas pobres em cálcio e vitamina D.

Os sintomas geralmente aparecem tardiamente, o que torna o diagnóstico precoce um desafio. Muitas pessoas só descobrem a doença após sofrerem uma fratura. Contudo, sinais como dor nas costas, diminuição da estatura e postura curvada podem indicar perda óssea significativa. Por isso, o exame de densitometria óssea é essencial para detectar a osteoporose ou a osteopenia antes de complicações mais graves.

Alimentação

A alimentação tem papel importante na prevenção e no controle da osteoporose. O cálcio, mineral essencial para a formação e manutenção dos ossos, deve estar presente diariamente na dieta. Boas fontes incluem leite, iogurte, queijos, vegetais verde-escuros, sementes e oleaginosas. A vitamina D, por sua vez, é indispensável para a absorção do cálcio — e pode ser obtida pela exposição moderada ao sol e por alimentos como peixes gordos, ovos e cogumelos. O consumo adequado de proteínas também é importante, pois contribui para a força muscular e para o suporte estrutural dos ossos. Além disso, manter um peso corporal saudável ajuda a reduzir o risco de quedas e fraturas.

Atividade física

A atividade física regular é outro pilar essencial. Exercícios com impacto controlado, como caminhadas, corridas leves e danças, estimulam a formação óssea. Já o treinamento de força contribui para o ganho de massa muscular, melhora o equilíbrio e reduz o risco de quedas — um dos principais perigos para pessoas com osteoporose. Mesmo práticas mais leves, como o Pilates e o alongamento, ajudam a manter a postura e a flexibilidade, promovendo bem-estar geral.

Estilo de vida saudável

Adotar hábitos de vida saudáveis desde cedo é o caminho mais eficaz para preservar a densidade óssea. Evitar o cigarro, reduzir o consumo de bebidas alcoólicas, ter uma alimentação natural e equilibrada e praticar atividade física de forma contínua são medidas simples que fazem grande diferença. Além disso, é fundamental realizar avaliações médicas periódicas e conversar com o profissional de saúde sobre a necessidade de suplementação, especialmente em fases da vida em que a perda de cálcio é mais acentuada.

A osteoporose pode ser controlada e, em muitos casos, evitada. Com informação, prevenção e um estilo de vida ativo e equilibrado, é possível envelhecer com ossos fortes e saudáveis. 

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ACONTECE

Visão - Uma parceria entre o Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) e a Fundação Altino Ventura vai oferecer 150 atendimentos oftalmológicos gratuitos, terça-feira (21), a pessoas com idade a partir de 55 anos. A atividade será das 8h às 12h e das 13h às 16h, na Clínica Escola Integrada de Saúde da instituição de ensino superior, localizada ao lado do Geraldão. A ação ocorrerá por meio do projeto de Prevenção à Cegueira e Reabilitação Visual e haverá uma equipe de oftalmologia da fundação para realizar as consultas e orientações oftalmológicas. Serão atendidos 75 pacientes no turno da manhã e outros 75 à tarde. O público já foi inscrito previamente. Segundo o coordenador de Pesquisa e Extensão da Unit-PE, Mário Gouveia, a intenção é levar também saúde e qualidade de vida à comunidade, por meio de ações preventivas.


Pesquisa - De quarta (22) a sexta (24), o Centro de Eventos Recife recebe o XVI Congresso Estudantil FPS-IMIP, reunindo 245 pesquisas de iniciação científica desenvolvidas por 490 estudantes e 238 docentes da graduação, pós-graduação e preceptores. O evento abrange áreas como educação física, nutrição, farmácia, enfermagem, medicina, fisioterapia, psicologia e odontologia. A abertura contará com palestra do professor da USP Ulisses Araújo sobre “a importância da aprendizagem baseada em problemas no desenvolvimento dos soft skills nas profissões de saúde”. O congresso inclui ainda a XXI Jornada de Iniciação Científica do IMIP, o XVII Seminário Avançado de Saúde Integral do IMIP e a VII Semana de Educação e Cultura da FPS.


Grupos - A Clínica Nuno Desenvolvimento, no Recife, está ampliando o grupo de habilidades sociais para adolescentes neurodivergentes no nível inicial de suporte. Esta é a fase em que eles mais precisam de atendimento e não existem muitas oportunidades, que são mais voltadas à intervenção precoce. Gratuitamente, a clínica abre as portas, duas vezes por semana, no horário da tarde, para quem se inscrever, e oferece apoio com psicóloga, psicomotricista e fisioterapeuta. Informações: 81 98226.0838


EM PAUTA

Outubro Rosa: linfedema desafia mulheres após o câncer de mama

Beth Moreno

“Se houver qualquer alteração no braço — diferença de tamanho, cor ou temperatura — o médico deve ser procurado imediatamente. Controlar o linfedema é essencial para preservar a qualidade de vida após a mastectomia”, conclui Beth Moreno - Foto: Divulgação

A cada Outubro Rosa, o foco recai na prevenção e no tratamento do câncer de mama. Mas, após vencer a doença, muitas mulheres enfrentam outro desafio: o linfedema, uma condição que provoca inchaço no braço, mão ou peito e pode afetar a autoestima e a qualidade de vida. Segundo a angiologista e cirurgiã vascular Beth Moreno, o linfedema ocorre por uma alteração no fluxo linfático após a cirurgia de retirada do tumor. “Quando é preciso remover os linfonodos da axila, o braço perde parte de sua drenagem linfática e incha. A radioterapia também pode contribuir para o problema”, explica.

Estudo publicado na The Lancet Oncology mostra que uma em cada cinco mulheres que passam pela retirada do câncer de mama desenvolve o linfedema, geralmente entre 14 e 18 meses após a cirurgia. A doença também pode ocorrer em outros tipos de câncer, como o de próstata ou cabeça e pescoço, e até ter origem congênita. O tratamento é multidisciplinar, envolvendo fisioterapia, medicações específicas, dieta anti-inflamatória e uso de contenção elástica. Entre os cuidados, é importante evitar carregar peso, aferir pressão arterial ou aplicar injeções no braço operado, além de manter a pele hidratada e protegida contra pequenos ferimentos.

Beth ressalta que o impacto é também emocional. “O linfedema muda a rotina e a forma como o paciente se enxerga. Buscar apoio e iniciar a fisioterapia o quanto antes melhora muito a resposta do tratamento”, orienta. Embora não exista uma forma garantida de prevenção, novas técnicas cirúrgicas, como o mapeamento reverso axilar, têm reduzido os casos. Manter o peso saudável, praticar exercícios orientados e proteger a pele são medidas que ajudam a minimizar o risco.

“Se houver qualquer alteração no braço — diferença de tamanho, cor ou temperatura — o médico deve ser procurado imediatamente. Controlar o linfedema é essencial para preservar a qualidade de vida após a mastectomia”, conclui Beth Moreno.



A Coluna "Saúde e Bem-estar" é atualizada semanalmente no Portal Folha de Pernambuco
Colaboração: jornalista Jademilson Silva
[email protected]
@jademilsonsilva
 

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