OMS inclui Ozempic e Mounjaro na lista de medicamentos essenciais para diabetes
Os fármacos têm apresentado resultados promissores no combate à obesidade
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a inclusão do Ozempic e do Mounjaro na sua lista de medicamentos essenciais para o tratamento do diabetes tipo 2. O catálogo reúne 523 medicamentos indicados para adultos e 374 para crianças, servindo como referência para mais de 150 países na definição de políticas públicas de saúde, compras governamentais e inclusão em planos de saúde.
Contra a obesidade - Embora tenham sido desenvolvidos para o tratamento do diabetes, esses fármacos vêm apresentando resultados muito promissores no combate à obesidade, doença reconhecida hoje como um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Estima-se que quase 1 bilhão de pessoas viviam com obesidade em 2022, segundo a própria OMS, um número que cresce a cada ano e está diretamente associado ao aumento de doenças cardiovasculares, renais e metabólicas.
Benefícios - Ao incluir os medicamentos em sua lista, a OMS considera as evidências científicas que apontam benefícios tanto no controle da glicemia em pessoas com diabetes tipo 2 quanto na redução de complicações relacionadas ao excesso de peso. A expectativa é que a medida contribua para ampliar o acesso aos tratamentos, já que a inclusão favorece a concorrência de genéricos e a consequente redução nos preços.
Reforço que o uso de medicamentos como Ozempic e Mounjaro deve ser realizado apenas com orientação médica especializada. Isso porque cada paciente apresenta necessidades específicas, e os fármacos podem gerar efeitos colaterais ou contraindicações se utilizados de forma indiscriminada. Além disso, o tratamento é mais eficaz quando associado a hábitos saudáveis, como a adoção de uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes, proteínas magras e grãos integrais, com redução do consumo de ultraprocessados, açúcares e gorduras saturadas. A prática regular de atividades físicas também é essencial, incluindo tanto exercícios aeróbicos, que auxiliam na queima calórica e na saúde cardiovascular, quanto o fortalecimento muscular, que melhora o metabolismo e a qualidade de vida. Somado a isso, sono adequado, manejo do estresse e acompanhamento médico contínuo completam um cuidado integral e sustentável para quem busca resultados duradouros.
Qualidade de vida - Mais do que controlar doenças, o grande objetivo deve ser promover qualidade de vida. Diabetes e obesidade precisam ser tratadas de forma integral, com foco não apenas na redução de riscos, mas também na garantia de bem-estar aos pacientes. Como médico, acompanho de perto os avanços científicos e busco as terapias mais promissoras, especialmente no cuidado com a obesidade, que exige abordagens modernas, individualizadas e humanizadas para realmente transformar vidas.
A decisão da OMS é considerada um marco para a saúde global. Ao incluir os medicamentos em sua lista de essenciais, a entidade sinaliza que o enfrentamento de doenças crônicas como o diabetes e a obesidade deve estar no centro das políticas públicas e do acesso universal à saúde.
Rafael Coelho é médico
@rafaelcoelhomed – www.rafaelcoelhomed.com.br