Sáb, 06 de Dezembro

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Tecnologia e Games

Segunda melhor programadora da América Latina é da UFPE

Estudante da UFPE conquistou título durante Maratona Feminina de Programação

Sarah Melo agora participará de competição internacional de programaçãoSarah Melo agora participará de competição internacional de programação - Arquivo pessoal/Cortesia

Inserida no universo da tecnologia onde a presença feminina ainda luta por mais espaço, a estudante do curso de Engenharia da Computação do Centro de Informática (CIn) da UFPE, Sarah Melo, conquistou o título de segunda melhor programadora da América Latina na Maratona Feminina de Programação (MFP).

Na edição anterior do evento que é realizado pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e tem o objetivo de ampliar a participação de mulheres e pessoas não-binárias na área de computação, Sarah já havia recebido destaque com a conquista do 5º lugar do ranking geral e do título de melhor competidora do Nordeste.

“O meu interesse por competições começou no ensino médio, quando eu participei de um programa chamado Mind the Gap do Google ainda em 2017. Foi durante esse evento que eu escutei sobre as maratonas de programação”, detalhou Sarah.

PREPARO PARA COMPETIÇÃO
Já na faculdade, Sarah realiza treinamentos intensos para participar de competições de programação. “Eu já treinava para a maratona nacional de programação e quando surgiu a MFP, como eu já estava inserida no cenário, já fiquei sabendo e me interessei”, comentou Sarah.

No entanto, apesar do interesse pelo evento que acontece anualmente na cidade de Campinas (SP) desde 2023, a estudante não conseguiu participar da primeira edição, já que todas as etapas do aconteciam presencialmente no estado de São Paulo. Com a inclusão de uma etapa classificatória remota, Sarah conseguiu ingressar na competição que foi a sua primeira fora de Pernambuco.

“Conheci muitas meninas, muitas histórias diferentes. É legal porque às vezes é difícil se ver representada como mulher dentro da computação. Esse evento também trouxe um ciclo de palestras com várias outras mulheres que já estão na área também para que nós pudéssemos ter um pouco dessa referência”, comentou a estudante.

Durante a competição deste ano, a estudante de 24 anos que está no 9º período da graduação também recebeu a premiação de melhor programadora do Nordeste. Na edição de 2025 a final abrangeu 121 finalistas da América Latina. 

As estudantes do CIn competiram durante quatro horas e foram treinadas pelo professor Gustavo Carvalho e os co-coaches Leonardo dos Anjos Silva e Tiago Figueiredo Gonçalves.

Além da competição, as estudantes também puderam participar de palestras de carreira e outras atividades destinadas à capacitação de mulheres na tecnologia. 

Para além da disputa, as maratonas de programação “buscam aprimorar não apenas a capacidade de abstração e resolução de problemas, mas também fortalecer habilidades comportamentais essenciais, como trabalho em equipe e gestão de prazos”, comenta o professor Gustavo Carvalho.

DISPUTA MUNDIAL
Neste ano, com a conquista do título de segunda melhor programadora do Brasil, a estudante garantiu vaga para participar de uma competição mundial que acontecerá no Azerbaijão entre os dias 31 de agosto e 5 de setembro. Agora, o desafio é conciliar a vida profissional e o encerramento do curso com os treinamentos para a competição. 

“Eu continuo treinando com os meninos do time do ciclo passado, porque a gente vai para representar no mundial. Treinei para a maratona por cerca de três anos, foram entre 20 e 30 horas semanais, agora precisei reduzir esse tempo, mas conhecimento se acumula. Estamos treinando consistentemente para conseguir o melhor resultado possível”, observou a estudante.

Na visão de Sarah, um dos grandes pontos das competições é a formação de uma rede de networking que oferece um suporte e apoio em um cenário onde as mulheres ainda são minoria. 

“É um evento democrático com gente do Brasil inteiro. Muitas vezes nós somos minoria nas nossas salas e conhecer outras meninas de outras faculdades é um incentivo durante as competições”, finalizou a estudante.

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