Seg, 29 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
Cultura+

[Crítica] 'Dois Irmãos' aposta na fantasia e diversidade

O novo filme Disney-Pixar passeia pela história de dois irmãos elfos que sonham em conhecer o pai já falecido

Policial Specter, a primeira personagem lésbica de uma animação da DisneyPolicial Specter, a primeira personagem lésbica de uma animação da Disney - Foto: Divulgação

"Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica", mais uma produção da Disney-Pixar, segue a tradição de sucessos da união de duas potências do audiovisual. O novo trabalho tem direção de Dan Scanlon e produção de Kori Rae, equipe por trás de "Universidade Monstros" e um time de dubladores da versão original (em inglês) que é espetáculo à parte: dois integrantes de “Vingadores: Ultimato”, Chris Pratt e Tom Holland, que viveram, respectivamente, Senhor das Estrelas (dos Guardiões da Galáxia) e Homem-Aranha, como as vozes dos irmãos. O filme chega aos cinemas do Brasil hoje.

Leia também:
Em 'Fim de festa', Hilton Lacerda usa o pós-Carnaval como metáfora política
Zezé di Camargo e Luciano e Fábio Junior realizam show em abril

No dia em que celebra os seus 16 anos, o jovem elfo Ian Lightfoot mentaliza a vontade de se parecer com seu pai, que faleceu ainda na sua infância. É na ocasião, também, que sua mãe, Laurel, lhe presenteia com um cajado mágico. A partir daquele momento, o presente modificará por completo a sua vida e a do seu irmão mais velho, Barley Lightfoot. Com o objeto, os dois podem não só resgatar memórias com o pai, mas ter um dia inteiro na companhia dele. A palavra "planejamento" começa a mostrar força na narrativa quando a magia não funciona 100%. O desejo, na verdade, só se realiza, literalmente, pela metade. Os garotos só conseguem o pai da cintura para baixo. É a partir daí que a vontade de viver a situação vira uma força para família correr atrás desse sonho antigo, até então impossível em gênero, número e grau.

Ao lado de Barley e da metade do seu pai, Ian consegue quebrar barreiras pessoais como nunca imagiria fazer. A vontade de passar pelo menos um momento com seu pai termina por fazê-lo mais forte. Essa, aliás, é uma fórmula presente em muitas animações: a ideia de persistir para conseguir e saber lidar com possíveis frustrações no caminho. O amadurecimento do personagem acaba conquistando o espectador. Com humor e aventura, "Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica" deixa importantes lições. O desfecho simboliza o grande laço de irmãos e a valorização de quem sempre esteve perto.

Elfos, centauros, sereias, gnomos, unicórnios e dragões são uma metáfora para mostrar a diversidade do mundo real. Os personagens dão o tom fantástico à trama, que faz história ao trazer às telonas a primeira personagem lésbica de uma animação da Disney. “A filha da minha namorada me faz querer arrancar o cabelo”, diz a policial unicórnio Specter, que tem uma participação pequena na produção, mas de uma importância incalculável. Na Rússia, justamente por esse motivo, o filme foi, lamentavalmente, censurado.

Veja também

Newsletter