Estreia de Pedro Severien como diretor
Primeiro longa do diretor pernambucano é lançado nesta quinta no São Luiz, com performance dele ao lado do elenco
“O filme nasceu de uma vontade de articular uma narrativa sobre um certo imaginário social da violência”, diz Pedro. “Um imaginário conectado a um grupo social bem restrito, a classe média alta, onde circulam violências que não são publicadas. A violência acontece numa sombra conectada ao histórico de privilégio e impunidade. A violência nessa classe socioeconômica, que no Recife e no Brasil é lugar de desigualdade social muito grande, não vem à tona”, explica o diretor.
“Sou fascinado por esse processo de co-criação da narrativa cinematográfica a partir do exercício imaginativo do espectador”, comenta Pedro. “Busquei provocar o espectador a imaginar junto, colaborar na criação dessa narrativa. Até porque a própria premissa do filme está baseada em versões, naquilo que não é publicado nem compartilhado. Você pode criar sua própria versão da história. A ideia era provocar o espectador a entrar nesse jogo”, detalha. “O mistério tem essa possiblidade de co-criação, tendo o espectador de maneira ativa”, ressalta.
Para celebrar a estreia do filme, a equipe programou uma performance dirigida por Pedro. “A gente vai tentar fazer uma espécie de cinema ao vivo, criar uma cena que se utiliza do espaço cênico. Vamos trazer informações que não estão no filme, para criar uma espécie de adição”, explica Pedro. “Todo filme tem um ciclo, filmagem, montagem, um ano rodando festivais. Queria criar um dispositivo para olhar o filme de outra maneira. Quem estiver nessa sessão vai acompanhar essa provocação. Vamos celebrar o filme enquanto peça viva”, diz.
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