"Fez esse Brasil cantar para a eternidade": Paulinho Mocidade lamenta morte de Arlindo Cruz
O icônico sambista, que lutava contra sequelas de um AVC sofrido em 2017, morreu aos 66 anos
O sambista Arllindo Cruz, morto nesta sexta-feira aos 66 anos, foi "um ponto fora da curva" e "um dos maiores nomes da música brasileira" de acordo com o colega Paulinho Mocidade. Arlindo, que estava afastado da cena musical desde 2017 por conta de um AVC, teve o falecimento comunicado pela família.
"A música brasileira e em especial o samba perdem hoje um de seus maiores nomes. Arlindo é um ponto fora da curva, um verdadeiro poeta", afirma Paulinho Mocidade em entrevista para O Globo. "Falar de Arlindo é falar de alegria, apesar do momento ser triste; Ele foi um homem de poesia latente que fez esse Brasil cantar para a eternidade"
Perguntado sobre as obras de Arlindo, Paulinho afirma que a mais marcante é o samba "O Show Tem que Continuar", lançada no álbum de mesmo nome pelo grupo "Fundo de Quintal", em 1988.
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— É um samba que entrou para a história, verdadeiramente antológico — afirma Paulinho — É uma canção que não pode faltar em sambas e pagodes ao redor do mundo.
Família confirma morte
A morte de Arlindo Cruz foi confirmada pela família nas redes sociais do artista. Arlindo deixa três filhos, Arlindinho e Flora Cruz, fruto do seu casamento com Babi Cruz, e Kauan Felipe.
"Com imenso pesar, a família e a equipe de Arlindo Cruz comunicam seu falecimento. Mais do que um artista, Arlindo foi um poeta do samba, um homem de fé, generosidade e alegria, que dedicou sua vida a levar música e amor a todos que cruzaram seu caminho", diz o comunicado. Leia a seguir:
Um dos maiores sambistas de sua geração, conhecido pela riqueza melódica de suas composições e pela malandragem de seu partido-alto, Arlindo Domingos da Cruz Filho nasceu e foi criado em Madureira, bairro do subúrbio do Rio que virou musa de suas canções.
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O cantor respirou música desde cedo por influência do pai, Arlindão, que promovia encontros em casa onde apareciam figuras como Candeia. Foi no disco "Roda de Samba", de Candeia, inclusive, que Arlindo começou sua carreira tocando cavaquinho, aos 17 anos, em 1975.
Em 2017, Arlindo Cruz sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). O episódio o deixou acamado, com dificuldades motoras e cognitivas, e o deixou impossibilitado de cantar e tocar. Desde então, ele passou por algumas internações.

