Autores avaliam realização da Literarte em Fernando de Noronha: "É preciso fomentar o conhecimento"

A primeira edição do Festival Literário e Artístico de Fernando de Noronha (Literarte), que chegou ao fim no último domingo (16), movimentou a famosa ilha ao longo de três dias. Organizada pela Administração Distrital, a iniciativa foi avaliada como positiva pelos autores convidados. 

“A gente precisa fomentar o conhecimento e o acesso aos livros em todos os lugares. Através da nossa arte, podemos refletir sobre como cuidamos dos nossos territórios e lidamos com a ancestralidade que existe neles. O festival é uma forma de despertar as pessoas daqui para isso”, apontou a poeta recifense Luna Vitrolira.

Para o escritor e jornalista Cícero Belmar, que é membro da Academia Pernambucana de Letras (APL), a literatura precisa ir ao encontro das pessoas onde elas estão. “Encontramos em Noronha um público muito interessado. Tanto que as mesas de debate estavam muito participativas. Isso me surpreendeu muito”, comentou.

Com homenagem a Raimundo Carrero, a programação do 1º Literarte foi formada majoritariamente por escritores nordestinos. Mailson Furtado, poeta cearense vencedor do Prêmio Jabuti de 2018, chamou atenção para o recorte diversificado da curadoria assinada pelo escritor e jornalista Ney Anderson

“Esse termo Nordeste nos une por determinado prisma, mas por outro lado singulariza o que é plural. Foi muito bacana ter encontrado neste evento autores de várias frentes interseccionando e trazendo em suas falas um pouco desse debate”, pontuou.
 

Cida Pedrosa, Luna Vitrolira e Mailson Furtado (Fotos:: Leopoldo Conrado Nunes/Cepe)

A passagem por Fernando de Noronha, com toda sua beleza natural, serviu de inspiração para alguns autores. É o caso da poeta pernambucana Cida Pedrosa, vencedora de três prêmios Jabuti. 

“Uma das coisas que me faz escrever é quando consigo limpar minha cabeça. Já vinha escrevendo desde o avião e estou com alguns haicais e anotações. Na verdade, estou com vontade de voltar aqui e passar mais alguns dias escrevendo”, afirmou a escritora.

O festival foi realizado na Praça São Miguel, na Vila dos Remédios. Além das mesas de debate, o evento contou com lançamentos de livros, oficinas, apresentações artísticas, shows e venda de livros. Uma das parceiras da iniciativa foi a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), que finalizou sua participação no festival entregando a doação de mais de 100 livros para instituições de ensino da ilha. 

*O repórter viajou à convite da Superintendência de Turismo, Cultura e Esportes de Fernando de Noronha

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