Livro traz reflexão sobre a performance na arte contemporânea
Eduardo Romero, professor da Universidade Federal de Pernambuco, lança nesta quinta-feira (7) o livro 'Visível audível tangível - mitos do corpo na performance em Pernambuco'
Reflexões sobre as diferentes possibilidades de criação na arte contemporânea através da performance estão no livro "Visível audível tangível - mitos do corpo na performance em Pernambuco", de Eduardo Romero, professor de artes visuais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
A obra será lançada nesta quinta-feira (7), às 14h, na galeria Capibaribe (Centro de Artes e Comunicação/UFPE). No evento, o livro, da editora Provisual, será distribuído gratuitamente. Depois, custa R$ 20 (à venda na própria Galeria Capibaribe).
"Desde que passei a fazer e pesquisar a arte de maneira mais séria e sistemática, achava a body art e a performance expressões desafiadoras", diz Eduardo.
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"Sempre me atraiu a ideia do artista ser criador e obra simultaneamente, utilizando o corpo como suporte. Contudo, da graduação ao ingresso no doutorado, não via um horizonte teórico que me desse condições para me aprofundar no assunto", detalha.
Entender a performance implica discutir o potencial do corpo enquanto ferramenta de discurso. "O corpo e a performance estão intrinsecamente ligados. A performance, inclusive, se estabelece decisivamente na história da arte enquanto linguagem artística, no seio dos movimentos pelas liberdades e diversidades sexuais e no ativismo feminista", argumenta Eduardo.
"A performance é uma expressão artística desafiadora porque o corpo enquanto linguagem é aberto a múltiplas interpretações", ressalta.
Entre os artistas analisados por Eduardo estão nomes fundamentais como Hélio Oiticica, Lygia Clark e Lígia Pape, além dos pernambucanos Daniel Santiago e Paulo Bruscky. "Esses artistas e tantos outros que estão citados no livro são referências fundamentais para contextualizar o debate sobre a performance", opina Eduardo.
Obras provocadoras
"Eles produziram obras provocadoras. Não se utilizaram apenas da performance, mas viram na performance a possibilidade de transcenderem a noção de obra de arte estática", sugere.
No livro, cuja pesquisa levou três anos e foi feita através de entrevistas com artistas e curadores, consulta em acervos e levantamento bibliográfico, o autor observa a arte da performance através da Antropologia do Imaginário.
"Ela oferece uma visão ampla e aprofundada do sujeito e sua condição de simbolizar. A Antropologia do Imaginário proporcionou me aproximar desses sentidos simbólicos do corpo que são expressos pela arte da performance", explica.

