Ter, 16 de Dezembro

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No The Town, Camila Cabello fala português, exala latinidade e aposta na sensualidade

Cantora faz passeio dançante por principais músicas de seu repertório, mas derrapa na escolha do figurino, aparentemente desconfortável

Camila Cabello foi destaque do último dia do The TownCamila Cabello foi destaque do último dia do The Town - Foto: Reprodução/Twitter

Foi com a faixa ''Shameless'' que a cubana-americana Camila Cabello imprimiu seus primeiros minutos no festival The Town. A música, embora tenha seguido seu andamento dramático, ganhou um perfume de batidas de funk aqui e ali. O ritmo faria outra aparição numa rápida passagem por ''Tubarão te amo'', de Mc Ryan SP — que faz um célebre remix da música ''Onda onda (olha a onda)'' da trupe de axé Tchacabum.

Munida de sua latinidade, logo lançou mão de seu hit ''Liar'', com aroma de salsa. Ela agradeceu aos brasileiros, em português, e disse que os amava. De projetos mais recentes, veio ''Baby pink'', numa batida mais alucinada que a faixa anterior, bastante eletrônica. Logo, desceu as escadas do palco para distribuir acenos e carinho para quem estava na grade.

Assim como Luísa Sonza, Camila estava trajada com um belo figurino, focado na sensualidade, mas que parecia bastante desconfortável para quem se propõe a dançar com tanta intensidade (e bem, muito bem, diga-se). O corselet brilhante vez ou outra precisava ser ajustado por ela mesma como forma de não revelar seus seios.

Se o figurino não ajudou, a cenografia foi mais generosa com a cantora de 28 anos. No palco, foi montado um cubo branco, coberto com um tecido translúcido e que pareciam cômodos de uma casa. Foi de lá que ela cantou ''Never be the same'', importante faixa na sua transição do grupo Fifth Harmony para a carreira solo (as outras quatro cantoras, vale dizer, fizeram um ''comeback'' recente, mas Camila, a primeira a sair, não fez parte).

Em ''Used to this'' a cantora seguiu por seu pop carregado nos momentos de exibição de sua extensão vocal. Embora a música tenha um tom sóbrio (e sexy), ela tenta aliviar o clima fazendo piadas — como faz ao dizer que gostaria de “tomar caipirinhas”.

Em ''My oh my'', radiofônica, a plateia ficou a cargo de ajudá-la a cantar justamente a porção de ''My oh my'' que são ditos a cada estrofe, enquanto Camila sensualizava pelas estruturas do palco. A interação funcionou e ajudou a aplacar a monotonia.

Um dos maiores hit da carreira ''Señorita'' perdeu intensidade e surgiu em uma versão mais lenta, quase como um flamenco. A dançante ''Bam bam'', por outro lado, deslizou com mais facilidade, e se mostrou mais energética e parecida com o original.

Ao violão, ela prometeu fazer algo ''especial'' e disse até que se considera ''meio brasileira''. A surpresa era uma versão de ''Ai se eu te pego'', hit global de Michel Teló há mais de uma década. Ao lado de um sanfoneiro, a cantora se embrenhou pelo sertanejo.

A essa altura, só faltava mesmo encerrar — e o jogo acabou ao som do sucesso ''Havana'' e de ''Don’t go yet'', quando já não havia muito mais a dizer.

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