Penúltimo episódio de "Cidade de Deus: A Luta Não Para" tem morte de importante personagem do filme
Em entrevista à Folha de Pernambuco, o ator Edson Oliveira falou sobre sua despedida da série
Disponível na Max, “Cidade de Deus: A Luta Não Para” chegou à marca de cinco episódios neste domingo (22). O penúltimo capítulo é marcado por uma tragédia que movimenta ainda mais a trama (se você ainda não assistiu, cuidado com os spoilers que vêm a seguir).
Intitulado “A Revolta”, o episódio é centrado na invasão policial à Cidade de Deus. Com a desculpa de capturar Bradock (Thiago Martins), os homens comandados por Reginaldo (Kiko Marques) avançam com brutalidade na comunidade, sendo recebidos com igual violência pelos traficantes. No meio do fogo cruzado, a população padece.
Apesar do apelo de Barbantinho (Edson Oliveira), Berenice (Roberta Rodrigues) e Wilson (Alexandre Rodrigues) pelo fim do conflito, os tiros não cessam e o pior acontece. Um disparo atinge o líder comunitário, que acaba não resistindo.
Leia também
• "Pinguim": o que esperar da nova série da Max derivada de Batman
• "Agatha Desde Sempre": série do Disney + mostra como a Marvel pode reviver seus dias de glória
• "Emily in Paris": o que esperar da segunda parte da quarta temporada (contém spoiler)
O ator Edson Oliveira, que teve a oportunidade de fazer o personagem no filme “Cidade de Deus” (2002) e revivê-lo na série mais de 20 anos depois, falou à Folha de Pernambuco sobre o sentimento de despedida encarado agora.
“Foi muito sofrido. Trabalhamos muito essa partida e foi uma despedida linda, uma cena muito emocionante. A gente já tinha feito a preparação e, no momento de gravar, a equipe toda ficou em silêncio, respirando junto. Saímos daquele camburão aos prantos, nos abraçando e agradecendo. Foi uma catarse”, aponta.
Após a sequência que mostra a morte de Barbantinho, as cenas trazem a resposta da comunidade à perda. Liderados por Berenice, os moradores promovem uma manifestação pacífica contra a violência, mas são recebidos com mais truculência.
O episódio chega ao fim com a indicação da cabeleireira como possível sucessora do amigo na disputa pela Câmara do Rio de Janeiro. “A morte do Barbantinho tem um propósito dentro da série. Através dela outras coisas vão acontecer. Então, é um divisor de águas, realmente”, comenta.
Para o ator, é difícil não lembrar de histórias reais, como o assassinato de Marielle Franco, ao ver a morte do personagem na série. “Eu acho que vai deixar uma pergunta na cabeça do espectador: por que a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco? Tem um simbolismo muito forte, porque pessoas como o Barbantinho são executadas diariamente nas favelas do Rio”, afirma.
Quando fez “Cidade de Deus”, Edson Oliveira era ainda um adolescente. Ao retomar o personagem mais de duas décadas depois, o ator o encontrou com outro perfil. “Tentei resgatar o que já tinha construído dele para poder seguir a partir daí. Me ajudou muito o fato de ter feito outros trabalhos relacionados ao Barbantinho depois do filme e também ter continuado próximo dos meus amigos de elenco. Então, foi fácil ingressar nesse universo novamente”, compartilha.
O último episódio da primeira temporada de "Cidade de Deus: A Luta Não Para" chega no próximo domingo (29). A série tem direção geral de Aly Muritiba.