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Sem filtro: Angélica exibe espontaneidade no programa "Angélica ao Vivo", no GNT

Apresentadora destaca o frio na barriga em fazer um programa ao vivo

Experiente, Angélica comemora atração ao vivo no GNTExperiente, Angélica comemora atração ao vivo no GNT - Foto: TV Press/Divulgação

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Ao reinventar a própria presença diante das câmeras, Angélica troca o roteiro rígido pelo risco real e imediato. Em “Angélica ao Vivo”, no GNT, ela aposta no calor da convivência: convidados de universos distintos dividem uma noite de bate-papo, música ao vivo e pratos preparados na hora.

O tempo real é um tempero, e um desafio, que recoloca a apresentadora no terreno da imprevisibilidade.

“É um formato mais descontraído, espontâneo, onde as coisas acontecem como têm de acontecer”, afirma. O clima entre sala de estar e sala de jantar não é mero cenário. “Nossa ideia é um programa que fale de comportamento. Não tem tabu para a gente: é como a vida é, ao vivo”, descreve.

A maturidade embala essa virada. Depois de décadas transitando por infantis, games, realities e entrevistas, Angélica volta a buscar o brilho no olho, mas agora bem ancorada. “É difícil para quem já fez muita coisa sentir o friozinho na barriga de novo. Acredito que ser ao vivo trouxe isso de volta”, diz.
 
Você já atuou na televisão, apresentou programa infantil, game show, reality, enfim, fez muitas coisas diferentes. Onde o “Angélica ao Vivo” se encaixaem suas expectativas profissionais de hoje?
Quando a gente faz muita coisa e desde sempre, fica tudo meio no automático. Você vai fazendo, é uma delícia - e eu realmente faço o que eu gosto -, mas é preciso frescor. Houve um momento em que precisei disso, dei um tempo e voltei com outros projetos.

Acho que projetos são bons por isso: você consegue uma nova energia. É difícil para quem já fez muita coisa sentir o friozinho na barriga de novo, o brilho no olho. Eu acredito que por ser ao vivo, apesar de eu já ter feito em outros formatos, o programa trouxe isso de volta. Claro que todos os projetos são especiais, a gente faz com amor, mas acredito que esse conjunto, o momento que estou vivendo, ser ao vivo, enfim, é um movimento interno diferente.

Esses recomeços causam que tipo de sentimentos em você?
Com a maturidade, você vive esses movimentos sem ansiedade, o que é melhor. Sem dúvidas, as novas histórias - que é o que venho descobrindo nos últimos anos, trabalhando em projetos diferentes e com novas pessoas, aprendendo com colegas interessantes -, isso é o bom da vida.

A gente sempre tem o que aprender e essas trocas com os outros são muito legais. Acho que estou em um momento em que me sinto mais segura e feliz com aquilo que quero e gosto. Tem uma cobrança, sim, de outras pessoas, mas precisamos estar seguros daquilo que a gente acredita.

Hoje, então, é mais fácil não deixar que o olhar do outro influencie tanto você?
Ah, sim, a gente passa por tanta coisa, não é? Por críticas, por experiências boas e ruins. Agora, com a internet, todo mundo fala o que quer! Mas se você tiver a sua verdade muito clara, é só tocar o barco! E eu acho que meus companheiros no programa fazem isso de forma incrível também, têm esse interior trabalhado. Essa coisa de valorizar aquilo que importa, o que faz bem.

Você falou dos seus companheiros no programa. Aline Wirley e André Marques são figuras conhecidas do público e com trajetórias marcantes. Como tem sido essa troca nos bastidores?
A gente vive esses bastidores ao vivo! Mas é um privilégio gigante ter André e Aline comigo. São duas pessoas com histórias de vida e de carreira lindas. Os dois têm a leveza e a segurança que queríamos no programa, de saber o que podem ou não fazer, do que gostam ou não... Eles estão inteiros ali porque vieram para se divertir, assim como eu. Agora, eu só quero isso na minha vida: poder estar com quem gosto, admiro.


Seus últimos projetos foram para a tevê a cabo e para o streaming. Quais vantagens isso trouxe para o seu trabalho?
Eu acho que a vantagem de fazer projetos assim é estar muito mais próximo da sua própria verdade, do que você quer. Estar fazendo a quatro, a seis, a oito mãos, todo mundo junto, isso é muito gostoso.

E teve uma parceria que deu certo com o GNT, então, tudo flui de forma natural. Eu acho que sou muito cobrada sobre tevê aberta pelo público, mas eu gosto é de tevê e de entretenimento. Onde eu puder fazer algo que tenha a ver comigo, onde eu me sinta feliz e à vontade, eu vou. Não tenho essa fissura pela tevê aberta.

Como foi escolher o André e a Aline para estarem com você?
A Aline foi uma coincidência muito gostosa que aconteceu. Começamos a falar da banda, da parte musical nas reuniões sobre o programa e a Dani (Daniela Gleiser, diretora) surgiu com o nome da Aline justamente quando eu tinha visto algo dela. Foi como se a gente tivesse pensado quase juntas!

Por algum motivo, aquele nome já estava ali. Bateu na hora, achei que ia rolar pelo talento, sem dúvidas, mas também pela história e pela mulher que ela é. Acho que é importante isso nas conversas. O André, bom, na hora pensei se ele iria topar, porque lembrei dele falando que só faria algo na tevê de novo se fosse com comida. O não a gente já tinha, fomos atrás do sim. Foi com muito carinho e respeito que o convidei.

Ser ao vivo traz espontaneidade e temas sociais podem surgir. Como você lida com isso?
Nossa ideia é um programa que fale de comportamento, de assuntos importantes para as pessoas. Minha ideia é sempre que a informação e a troca aconteçam. E não tem tabu para a gente: é como a vida é, ao vivo. A gente quer contribuir também. Nosso papel como comunicadores e como seres humanos é fazer as pessoas de casa pensarem.

O debate tem de acontecer de forma saudável, fazendo as pessoas refletirem sobre assuntos importantes. Se não for assim, eu nem saio de casa! Mas a gente não quer polemizar, lacrar, é sobre falar com responsabilidade. Desde o início, quando começamos, sempre falei que queria uma coisa que eu tenho sentido falta de ver na tevê, que é essa espontaneidade, essa verdade.

A internet tem isso e o público fica encantado. Acho que a tevê necessita aprender um pouco com a internet. E é uma coisa que ela já sabia, então, é na verdade um reaprender. Quero ver as pessoas falando o que elas pensam.
 

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