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SUPER BOWL

Show de Bad Bunny será o primeiro da história do Super Bowl totalmente em espanhol

Músico porto-riquenho não tem músicas em inglês

O cantor Bad Bunny fez uma residência em Porto Rico com uma série de 31 shows em San JuanO cantor Bad Bunny fez uma residência em Porto Rico com uma série de 31 shows em San Juan - Foto: VALERIE MACON / AFP

O show de Bad Bunny no intervalo do Super Bowl 2026, a grande final do campeonato de futebol americano, será um feito histórico. Isso porque, pela primeira vez na história, a apresentação será totalmente em espanhol. O artista porto-riquenho, que acaba de terminar uma residência de 31 shows em San Juan, capital da ilha onde nasceu, não tem nenhuma música em inglês.

Outros artistas latinos já participaram do evento — com a maior audiência da TV americana —, como Shakira e Jennifer Lopez, mas todas cantaram músicas no idioma nativo do país do evento, embora uma outra canção tivesse versos em espanhol. Não é o caso das letras compostas por Bad Bunny. Ele até chegou a lançar, em 2023, música "Where she goes", cujo título era em inglês, mas toda a letra era em espanhol.

Benito Antonio Martinez Ocasio, o Bad Bunny, é, hoje, o cantor latino mais popular do mundo. Ele está a 206 semanas no Top 50 Global do Spotify e é o 12º artistas com mais seguidores na plataforma de streaming, com mais de 77 milhões de fãs.

Segundo dados do Censo dos Estados Unidos publicados em 2025, uma a cada cinco pessoas (22%), a partir dos 5 anos de idade, entre 2017 e 202, falavam outra língua em casa além do inglês. Dentro desses 22%, 61% falava espanhol.

Único show nos EUA
A apresentação no Super Bowl será o único show de Bad Bunny nos Estados Unidos em 2025. Ele deixou o país de fora da turnê "Debí tirar más fotos", que começa no dia 21 de novembro, na República Dominicana, e termina em 22 de julho de 2026 na Bélgica. No Brasil, ele se apresenta nos dias 20 e 21 de fevereiro, em São Paulo.

A explicação para não levar o show aos Estados Unidos é a política de deportação em massa de imigrantes, instituída pelo governo Donald Trump. Em entrevista à revista "i-D", o artista porto-riquenho disse que houve uma preocupação "honesta" de que o ICE (sigla em inglês para Immigration and Customs Enforcement, o Serviço de Imigração e Alfândega) pudesse aproveitar alguma apresentação para prender e deportar latinos que estivessem nos arredores do evento. Vale lembrar que Porto Rico é um território não-incorporado dos Estados Unidos, ou seja, os cidadãos de lá podem entrar nos EUA e vice-versa.

"Houve muitos motivos pelos quais eu não apareci nos EUA, e nenhum deles foi por ódio", disse ele. "Todos foram magníficos. Gostei de me conectar com os latinos que vivem nos EUA. Mas, especificamente, para uma residência aqui em Porto Rico, quando somos um território não incorporado dos EUA… Pessoas dos EUA poderiam vir aqui ver o show. Latinos e porto-riquenhos dos Estados Unidos também poderiam viajar para cá ou para qualquer parte do mundo. Mas havia a questão de que — tipo, a porra do ICE poderia estar do lado de fora (do meu show). E isso era algo sobre o qual conversamos e estivemos muito preocupados."

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