Sáb, 27 de Dezembro

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Toque de cinema na nova trama da Record, “O Rico e Lázaro”

Emissora ostenta nos efeitos especiais, mas repete os mesmos erros no elenco

Intérprete do profeta Jeremias, Vitor Hugo se mostra mais à vontade na tramaIntérprete do profeta Jeremias, Vitor Hugo se mostra mais à vontade na trama - Foto: Divulgação

É incontestável a experiência que a Record ganhou na produção de tramas bíblicas. Desde a primeira minissérie do gênero, “A História de Ester”, exibida em 2010, até a atual e mais nova novela, “O Rico e Lázaro”, alguns aspectos deram um salto em qualidade. Principalmente, os efeitos especiais. Bastante usada em cenas de guerra ou quando é preciso multiplicar o tamanho de um cenário, a computação gráfica do folhetim escrito por Paula Richard é muito bem feita e superior à de suas antecessoras.

O que não dá muito para acreditar, no entanto, é na interpretação do elenco jovem. Salvo um nome ou outro, os atores mais novos estão “duros” em cena e na maneira de falar o texto. Mais experiente, o elenco adulto consegue se sair melhor no geral. Mas aqueles que já fizeram parte de uma trama bíblica antes estão claramente mais seguros. Casos de Vitor Hugo e Heitor Martinez, que interpretam o profeta Jeremias e Nabucodonosor, respectivamente.

Já o “grande” mistério que envolve a trama principal é, no mínimo, fraco. A ideia de só revelar quem é o rico e quem é o lázaro no final da história não tem força para ser mantida por tanto tempo. Principalmente por conta da maneira maniqueísta com que as narrativas bíblicas são desenhadas e das características dos dois personagens principais.

Zac, de Igor Rickli, vai ganhar contornos de vilão através de suas atitudes condenáveis. Enquanto Asher, de Dudu Azevedo, caminha para ser o grande herói. Além disso, na cena de abertura da novela, em que um dos dois aparece ardendo no inferno, foi possível perceber os traços de Rickli na contraluz, esvaziando todo o segredo proposto pela autora.

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