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NEGÓCIOS

Apesar de lucro menor, Vale nega impactos de tarifaço de Trump e vê cotação estável no minério de fe

Mineradora informou, na noite dessa quinta, um lucro líquido, em dólares, 17% menor do que no primeiro trimestre de 2024

Fachada de unidade da ValeFachada de unidade da Vale - Foto: Vale/Divulgação

Apesar da queda dos preços do minério de ferro no primeiro trimestre, na comparação com o início de 2024, o que afetou negativamente os resultados financeiros da Vale, a diretoria da gigante brasileira da mineração avaliou nesta sexta-feira que os negócios da companhia estão passando incólumes, até aqui, pela guerra comercial deflagrada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, desde que assumiu seu segundo mandato, em janeiro.

A demanda da China, principal cliente do minério de ferro produzido no país, não sofreu alterações recentes, nem mesmo após o tarifaço anunciado por Trump no último dia 2, disseram os executivos. E a perspectiva de que a oferta da commodity se manterá também estável, como a demanda, sugere que as cotações do minério de ferro seguirão em torno dos atuais US$ 100 por tonelada, na avaliação do comando da Vale.

– A atual guerra comercial só reforça a importância de construir um negócio competitivo que possa ser bem-sucedido sob diferentes condições de mercado. E é exatamente isso que estamos fazendo na Vale – disse o CEO da Vale, Gustavo Pimenta, logo na abertura da teleconferência com analistas, para comentar os resultados financeiros do primeiro trimestre.

Nos EUA: Empresas de diferentes setores começam a sentir impactos das tarifas de Trump

Segundo o executivo, a empresa segue otimista:

– Apesar da volatilidade e da incerteza no curto prazo, continuamos altamente otimistas em relação ao futuro e ao nosso papel em liderar a mineração sustentável para ajudar o desenvolvimento econômico global.

Apesar do otimismo em relação ao cenário presente, os executivos destacaram que a guerra comercial segue como um risco no radar. Se as restrições ao comércio se agravarem, resultarem em maior inflação e derrubarem a demanda, aí sim, as vendas de minério de ferro sentiriam mais.

Custos sob controle
Deixando de lado os efeitos negativos dos preços do minério de ferro sobre os resultados financeiros, os executivos comemoraram o que chamaram de bons resultados operacionais. O principal indicador de custo medido pela Vale ficou em US$ 21 por tonelada no primeiro trimestre, queda de 11% em relação aos três primeiros meses de 2024.

Na noite de quinta-feira, a Vale informou que registrou lucro líquido de R$ 8,164 bilhões, queda de 2% em relação ao primeiro trimestre de 2024. A receita líquida de vendas ficou em R$ 47,411, 13% abaixo de um ano antes.

Em reais, os resultados foram melhores do que em dólar, por conta de alguma queda na taxa de câmbio no início deste ano. Considerando a divisa americana, o lucro líquido tombou 17% em relação ao primeiro trimestre de 2024, enquanto a receita líquida de vendas recuou 4%.

Segundo a mineradora, o preço médio realizado de “finos de minério de ferro” no primeiro trimestre foi de US$ 90,8 por tonelada, “permanecendo praticamente estável” na comparação com o terceiro trimestre, “enquanto diminuiu 10%” em relação a um ano antes, “resultado dos preços de referência mais baixos”.

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