Sex, 05 de Dezembro

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Economia

Azul vai deixar de atender 13 cidades no Brasil

Em recuperação judicial nos Estados Unidos desde maio, empresa aérea anunciou ainda que vai cortar 53 rotas de menor rentabilidade

Avião da AzulAvião da Azul - Foto: Aeroporto de Confins/Divulgação

A Azul anunciou que vai encerrar operações em 13 cidades e cortar 53 rotas de menor rentabilidade, com margem de 17% abaixo da média da companhia.

As mudanças fazem parte da reestruturação da empresa, que está em recuperação judicial nos Estados Unidos desde maio. A expectativa da empresa é finalizar o processo nos EUA, o chamado Chapter 11, entre dezembro deste ano ou fevereiro de 2026.

Em apresentação institucional divulgada este mês, a Azul não divulgou, no entanto, quais cidades e rotas terão as operações encerradas. Mas informou que a ideia é concentrar a operação em seus principais hubs — Viracopos (Campinas), Confins (Belo Horizonte) e Recife, dependendo menos das conexões.

As mudanças fazem parte da reestruturação da empresa e incluem a redução de destinos por cidade e também a operação sazonal, com a saída de Paris no inverno e novos voos para Orlando. As decolagens diárias passarão de 931 para 836, uma redução de 10%.

A companhia confirmou a redução de mais de 35% na futura frota, o que levará a uma redução de novos mercados e a uma malha simplificada, permitindo que as equipes comerciais se concentrem no negócio principal.

Para melhoria da receita, a Azul pretende focar em estratégias comerciais baseadas em tarifas médias mais altas, com receitas unitárias mais elevadas e uma mudança nas reservas e no perfil dos clientes, sem dar detalhes.

De acordo com a apresentação, o objetivo da empresa é chegar a uma ocupação média de 83% nos voos, hoje entre 80% e 82%, esperando assim um aumento em “receitas auxiliares” por passageiro , com cobrança de bagagens e marcação de assento, por exemplo.

No documento, a Azul menciona, ainda, uma “mudança no produto a bordo”, com a substituição de refeições por boxes para café da manhã e lanches.

A Azul entrou em recuperação judicial em maio deste ano. A medida foi protocolada em Nova York sob o Capítulo 11 (Chapter 11) da Lei de Falências dos EUA – um dispositivo que protege empresas estrangeiras contra ações judiciais de credores no país enquanto reorganizam suas finanças em seus territórios de origem.

Segundo a empresa, a reestruturação previa US$ 1,6 bilhão em financiamento e até US$ 950 milhões em novos aportes de capital. Na ocasião, a companhia disse que a recuperação judicial iria eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas.

Outras empresas brasileiras recorreram a essa ferramenta para reestruturar suas dívidas, como Latam, em maio de 2020, e a Gol, no início de 2024.

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