Sáb, 06 de Dezembro

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Impostos

'Brasil criou paraísos fiscais dentro da própria economia', diz Haddad

Para ministro da Fazenda, ao não taxar fundos, país protegia interesses 'do andar de cima'

Fernando Haddad, ministro da Fazenda.Fernando Haddad, ministro da Fazenda. - Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira, 10, que o Brasil está concluindo uma parte importante da reforma tributária, com a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Durante evento em São Paulo, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que foi anunciado um novo modelo de crédito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), Haddad também agradeceu a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) por uma nota enviada no dia anterior sobre uma possível interferência da entidade na ação da oposição que barrou a Medida Provisória do IOF.

Para a federação, “foi notório” que as fintechs, “bem mais lucrativas e com maior base de clientes do que grandes bancos”, trabalharam contra a MP.

— Queria agradecer a Febraban pela nota de ontem esclarecendo o episódio do Congresso Nacional e deixando claro quem é quem no debate sobre as reformas que estão sendo feitas — falou.

O ministro mencionou a Reforma Tributária, a isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil e outras medidas econômicas da gestão Lula, e aproveitou para criticar a tributação sobre o consumo e sobre as pessoas que ganham menos.

— Agora nós estamos concluindo uma parte importante da reforma tributária sobre a renda. Eu não falo só da isenção dos trabalhadores que ganham até R$ 5 mil, mas falo também de outras medidas que desde 2023 foram tomadas com a cobrança de quem mantinha seus recursos em paraísos fiscais, fora do Brasil e dentro do Brasil. Porque o Brasil criou paraísos fiscais dentro da sua própria economia, não cobrando fundos fechados familiares que não pagavam imposto, numa anomalia que só acontecia no Brasil. Era uma jabuticaba que protegia os interesses do andar de cima, na cobertura do nosso país — falou.

As falas de Haddad ocorreram no evento desta sexta-feira em que as medidas de financiamento habitacional foram anunciadas. Com isso, ficará ampliado o limite para financiamento de imóveis, que hoje é de R$ 1,5 milhão, para até R$ 2,25 milhões, usando recursos da poupança. O modelo prevê um limite de para a taxa de juros de 12% ao ano.

Também presente na ocasião, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, comparou o crédito imobiliário no Brasil a outros países, e que esse lançamento vai resolver “vários problemas estruturais”.

— Primeiro, conseguir maximizar e multiplicar esses recursos de poupança, culminado com os recursos de mercado, para que a gente possa ter mais recursos para as pessoas que hoje não têm acesso ao financiamento, de maneira que essa elevação da taxa não ocorra. Ou seja, que a gente tenha taxas competitivas de ofertas para as pessoas. E a gente resolve uma questão de estabilidade — falou.

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