Sáb, 06 de Dezembro

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CNA diz que economia brasileira está "à margem de uma agenda política sequestrada"

Entidade afirma que Brasil voltou às manchetes internacionais por suas 'crises políticas pessoais' internas

CNA:  apresença dessa agenda como prioridade, inclusive nas relações internacionais, ficou ainda mais evidente com a carta do presidente Donald TrumpCNA: apresença dessa agenda como prioridade, inclusive nas relações internacionais, ficou ainda mais evidente com a carta do presidente Donald Trump - Foto: Alf Ribeiro/Folhapress

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou uma nota, nesta terça-feira, em que afirma que economia brasileira está "à margem de uma agenda política sequestrada", após o presidente americano, Donald Trump, impor tarifa de 50% às exportações brasileiras, a partir de agosto. Trump cita, em carta enviada ao presidente Lula na semana passada , processos judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, conduzidos pelo Supremo Tribunal Federal.

"Enquanto o Brasil real tenta recuperar sua economia, atrair investimentos, abrir mercados e gerar empregos, a política nacional insiste em girar em torno de uma pauta estéril, paralisante, marcada por radicalismos ideológicos e antinacionais", afirma a CNA, principal entidade do agronegócio brasileiro.

Para a CNA, a apresença dessa agenda como prioridade, inclusive nas relações internacionais, ficou ainda mais evidente com a carta do presidente Donald Trump.

"O Brasil, que deveria estar consolidando sua posição como fornecedor estratégico de alimentos, energia limpa e minerais críticos, volta às manchetes internacionais não por suas oportunidades, mas por suas 'crises políticas pessoais' internas", diz o texto.

A CNA afirma que o Brasil tem sido governado, direta ou indiretamente, "por uma obsessão com o passado".

"O Congresso Nacional, pressionado por suas bases políticas, perde tempo em disputas e manobras que têm pouco a ver com os interesses econômicos do país. O Judiciário, por seu turno, também tem sido envolvido em um protagonismo institucional que, embora muitas vezes necessário, alimenta uma instabilidade constante", diz o texto.

A CNA não poupa o governo Lula. Afirma que o Executivo, "em vez de assumir a liderança de uma agenda pragmática e pacificadora, optou por reabrir feridas políticas, reforçando antagonismos e muitas vezes tratando adversários como inimigos".

"O setor econômico assiste a tudo com preocupação. O Brasil precisa de foco. Precisamos de reformas estruturais que destravem o crescimento, de segurança jurídica, de um ambiente político que permita pensar no médio e longo prazo. Nenhum investidor aposta num país preso em disputas do passado", afirma o texto.

A confederação do agro diz que a economia não pode continuar sendo refém de narrativas políticas que alimentam extremos e paralisam decisões. "O Brasil precisa voltar a olhar para frente. E isso exige maturidade, de todos os lados. A política precisa corrigir essa grave crise".

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