Dom, 07 de Dezembro

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Justiça

Dino vê 'sequestro da economia' por Bolsonaro e vota por manter tornozeleira eletrônica

Dino acompanhou a decisão do relator, Alexandre de Moraes, e apontou que as condutas atribuídas a Bolsonaro configuram um tipo inédito de coação ao Judiciário

Segundo Dino, Bolsonaro teria articulado com autoridades dos Estados Unidos para impor sanções econômicas ao BrasilSegundo Dino, Bolsonaro teria articulado com autoridades dos Estados Unidos para impor sanções econômicas ao Brasil - Foto: Antonio Augusto/STF

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira para manter as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. Em seu voto, Dino acompanhou a decisão do relator, Alexandre de Moraes, e apontou que as condutas atribuídas a Bolsonaro configuram um tipo inédito de coação ao Judiciário.

Segundo Dino, Bolsonaro teria articulado com autoridades dos Estados Unidos para impor sanções econômicas ao Brasil, com o objetivo de interferir nas investigações conduzidas pelo STF.

“A coação assume uma forma inédita: o ‘sequestro’ da economia de uma Nação, ameaçando empresas e empregos, visando exigir que o Supremo Tribunal Federal pague o ‘resgate’, arquivando um processo judicial”, escreveu o ministro. Dino ainda classificou o episódio como um caso “absolutamente esdrúxulo”, que deve ser objeto de estudos acadêmicos, inclusive em universidades norte-americanas.

A Primeira Turma do STF analisa se mantém a decisão dada pelo ministro Alexandre de Moraes que impôs o uso de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro, além de outras medidas cautelares.

O início da análise começou com o voto de Moraes, que apresentou a decisão dada nesta sexta-feira e pediu para que ela seja referendada.

A análise ocorre no plenário virtual da Primeira Turma da Corte, e vai até a próxima segunda-feira, às 23h59. Além de Moraes, fazem parte do colegiado os ministros Cristiano Zanin — presidente da Turma, que convocou a sessão a pedido de Moraes — Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia.

As medidas cautelares foram determinadas por Moraes após a Polícia Federal apontar que Bolsonaro, e o filho, Eduardo Bolsonaro, vêm atuando, ao longo dos últimos meses, junto a autoridades governamentais dos Estados Unidos da América, com o intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado Brasileiro”, em razão de suposta perseguição.

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