Gripe aviária: País tem 'plano de contingência' e BRF tomou medidas que mitigariam impacto, diz CEO
Novos destinos de exportação e estoques em diferentes regiões do mundo mitigariam impactos de eventual crise, diz Miguel Gularte
Em teleconferência com investidores na manhã desta quinta-feira, o CEO da BRF, Miguel Gularte, afirmou que a companhia conta com meios para mitigar impactos adversos após a detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) — causador da gripe aviária — em uma granja de matrizes em Montenegro, no Rio Grande do Sul.
O executivo destacou que, nos últimos dois anos, a BRF abriu 187 novos destinos de exportação, o que dá mais resiliência à empresa nessa questão.
Na quinta, BRF e Marfrig anunciaram a intenção de uma fusão, que criaria um conglomerado com faturamento anual na casa dos R$ 152 bilhões. Nesta manhã, após o anúncio e a detecção do vírus na granja gaúcha, as ações da BRF caíam na bolsa de São Paulo.
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Segundo Gularte, a companhia também mantém estoques distribuídos em diferentes regiões do mundo, o que garante o abastecimento dos clientes. Gularte disse que a empresa está analisando o caso, mas acrescentou que a ocorrência de focos de doenças não é novidade para o setor. A companhia não respondeu se a granja infectada é sua fornecedora.
— No ano passado, houve o caso de Newcastle (DNC), também no Rio Grande do Sul, e o Ministério da Agricultura agiu prontamente, como é o caso agora, tomando as medidas de isolamento e de comunicação transparente. Nós estamos confiantes que todo o processo de biossegurança de produção do Brasil vai se fazer presente [...] Temos planos de contingência que funcionaram também na Newcastle e tenho certeza que vão funcionar agora nesse caso isolado no Rio Grande do Sul — disse Gularte.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV), em nota, disseram que o caso é “pontual” e que apoiam o MAPA no processo. Segundo a entidade, todas as medidas necessárias ao contingenciamento foram rapidamente adotadas e a situação está sob controle e monitoramento dos órgãos governamentais.
“A ABPA e a ASGAV lembram que a situação em questão — assim como qualquer outra ocorrência da enfermidade em aves — não representa qualquer risco ao consumidor final”, conclui o comunicado.

