Sex, 05 de Dezembro

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Banco Central

Haddad defende presidente do Banco Central após crítica de Gleisi: "BC é mais do que Selic"

Integrantes do primeiro escalão do governo Lula tem crescido a pressão sobre Galípolo para um corte na taxa básica de juros, que está em 15%

Haddad listou uma série de ações regulatórias que estão sendo implementadas pelo BCHaddad listou uma série de ações regulatórias que estão sendo implementadas pelo BC - Foto: Washington Costa/MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta segunda-feira, a condução da política monetária do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, que foi criticado publicamente pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

Em entrevista à CNN Brasil, Haddad listou uma série de ações regulatórias que estão sendo implementadas pela autoridade monetária.

— Eu tenho uma proximidade muito grande com o Gabriel, foi indicado por mim para diretor do BC, e acredito que está fazendo um bom trabalho no BC, do ponto de vista de uma série de procedimentos que estão sendo adotados pelo BC para coibir uma série de abusos do sistema financeiro, que, na verdade, ele herdou. Eu falo especificamente da regulação de fintechs que está sendo feita pelo BC, a mudança de crédito imobiliário — elogiou Haddad.

Gleisi fez críticas públicas ao presidente do BC, após a última reunião do Comitê de Políticas Monetárias (Copom), que decidiu manter o patamar da taxa básica de juros em 15%, e indicou que deve manter a taxa básica neste patamar por um horizonte longo.

“Eu acho que deixou a desejar, entendeu? O Galípolo. Deixou a desejar”, afirmou, em entrevista à Agência Estado.

— O BC é mais do que a Selic, envolve muitas outras coisas — disse Hadad nesta segunda.

Como mostrou o Globo, integrantes do primeiro escalão do governo Lula tem aumentado a pressão sobre o Galípolo, indicado por Lula, para um corte na taxa de juros.

Questionado sobre a taxa básica de juros, que está o maior patamar registrado na série histórica, Haddad disse que há espaço para corte na Selic. Segundo ele, essa opinião é compartilhada, inclusive, por representantes de bancos.

— Essa opinião também é avalizada pelos bancos que se reuniram comigo hoje pela manhã, de que a taxa de juros tem espaço para corte. E não é uma questão pessoal, é uma questão institucional, as pessoas manifestam suas opiniões, o mercado manifesta suas opiniões, o setor produtivo, classse política, analistas, mas quem decide é o BC.

Haddad se reuniu na manhã desta segunda com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

— Uma parte desses players concordam de que já tenha chegado a hora do ciclo de cortes (da taxa de juros). Ninguém deveria se afligir com o debate honesto dessas questões — disse Haddad.

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