Sex, 05 de Dezembro

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Haddad diz que respeita mandato de diretores do BC, mas vê debate sobre taxa de juros como 'tabu'

Banco Central decide nesta quarta-feira se mantém ou altera a taxa Selic

Ministro da Fazenda, Fernando HaddadMinistro da Fazenda, Fernando Haddad - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira que respeita institucionalmente o mandato dos diretores do Banco Central, mas avaliou que o debate sobre a taxa de juros no Brasil ainda é tratado como um “tabu”. A declaração foi dada a jornalistas na porta do ministério, em Brasília.

— Aqui no Brasil o debate (sobre a taxa de juros) não é bem recebido, como se fosse um tabu conversar sobre economia — disse. — Ontem já manifestei sobre isso. Acho que o BC tem o mandato dele, respeito institucionalmente os diretores, e vamos ver como as coisas acontecem.

As falas ocorrem em meio à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidi nesta quarta-feira se mantém ou altera a taxa básica de juros, hoje em 15%.

Na véspera, durante evento da Bloomberg em São Paulo, Haddad já havia voltado a defender a queda dos juros. O ministro afirmou que, se fosse diretor do Banco Central, votaria pela redução da Selic, por considerar que o atual patamar é incompatível com a inflação projetada.

Segundo Haddad, a diferença entre os juros reais e a inflação não traz risco de descontrole de preços, mas pode estar prejudicando o desempenho da economia.

— Eu tenho alergia à inflação e sei o que ela provoca, mas tem uma questão de razoabilidade. A dose do remédio, para se transformar em veneno, tem muito pouca diferença — disse o ministro ontem.

A reunião do Copom termina nesta quarta, e o comunicado do Banco Central será divulgado após o fechamento dos mercados.

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