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ampliação da faixa

Imposto de Renda: comissão da Câmara aprova projeto que amplia isenção para quem recebe até R$ 5 mil

Lira retoma mecanismo de redutor de alíquota total para pessoas jurídicas

Comissão da Câmara aprovou projeto que amplia faixa com isenção de IRComissão da Câmara aprovou projeto que amplia faixa com isenção de IR - Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Prioridade do governo Lula no Congresso Nacional neste ano, a isenção de Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil mensais avançou na Câmara dos Deputados. A comissão especial da Casa que analisa o tema aprovou o projeto, nesta quarta-feira.

O texto relatador pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) manteve a maior parte do texto proposto pelo governo, incluindo a cobrança mínima de 10% para quem ganha a partir de R$ 1,2 milhão ao ano. A proposta deve ser votada pelo plenário em agosto, antes de seguir para o Senado.

O projeto prevê também um alívio para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350 — número estabelecido por Lira, já que a proposta do governo era até R$ 7.000.

Hoje, está isento do pagamento de IR quem recebe até R$ 3.036, o equivalente a dois salários mínimos este ano.

Na prática, a pessoa que ganha até R$ 5 mil não pagará mais IR. Quem recebe entre esse valor e R$ 7.350 também será beneficiado, mas em um nível menor. Antes o projeto previa benefício apenas para quem ganhava ate R$ 7 mil. Lira disse que a ampliação da faixa beneficiada pode atingir até 500 mil pessoas.

Em última modificação nesta quarta-feria, Lira retomou a possibilidade de pessoas jurídicas ganharem créditos tributários caso a cobrança de imposto de renda mínimo dos sócios, somada ao IRPJ e CSLL, fique acima de 34%.

O trecho, previsto no projeto original do governo e inicialmente retirado pelo relato, prevê que a soma entre as alíquotas pagas pela empresa, como IRPJ e CSLL, e a alíquota que o sócio pagaria de imposto mínimo der mais de 34%, será aplicado um “redutor” no cálculo.

Por exemplo, se a empresa paga um total de 29% de impostos, e o sócio for cobrado em 8% de imposto mínimo por sua alta renda, a alíquota global paga por ele seria de 37%. Neste caso, seria aplicado um redutor de 3% para se chegar ao máximo de 34% de cobrança. O redutor será aplicado por meio de créditos tributários concedidos na declaração de IR anual.

Com a modificação, o projeto não terá mais sobras de arrecadação no período dos próximos três anos.

— Hoje o projeto está justo, com um pequeno déficit para 2028, plenamente assimilável pelo governo — disse Lira.

No projeto original, a renúncia seria de R$ 25,8 bilhões ao ano. A alíquota de 10% gerará R$ 34 bilhões de arrecadação ao ano. No novo formato, com a ampliação da faixa beneficiada, a renúncia anual poderá chegar a R$ 31,7 bilhões, contando a perda de estados e municípios.

Sem o redutor, a sobra de arrecadação, seria de aproximadamente R$ 12 bilhões em três anos, e seria direcionada ao fundo que irá equilibrar os cofres públicos durante a transição da Reforma Tributária, que irá criar o Imposto sobre Valor Agregado (IVA).

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