Itália considera "prematuro" assinar o acordo UE-Mercosul nos próximos dias
Pacto criaria a maior zona de livre comércio do mundo e permitiria à UE exportar mais veículos, máquinas, vinhos e bebidas alcoólicas para a América Latina
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou nesta quarta-feira (17) que seu país não está pronto para assinar o amplo acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o bloco sul-americano Mercosul.
"Seria prematuro assinar o acordo nos próximos dias", porque algumas salvaguardas que a Itália deseja para proteger seus agricultores "ainda não foram concluídas", declarou Meloni em um discurso no Parlamento.
Contudo, ela afirmou que está "muito confiante" de que as condições existirão para assinar o acordo no início de 2026.
A Comissão Europeia, apoiada pela Alemanha, a maior economia europeia, tenta obter o respaldo dos países da UE antes do fim do ano para o acordo com o Mercosul, integrado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
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O pacto criaria a maior zona de livre comércio do mundo e permitiria à UE exportar mais veículos, máquinas, vinhos e bebidas alcoólicas para a América Latina, ao mesmo tempo que facilitaria a entrada de carne, açúcar, arroz, mel e soja sul-americanos na Europa.
Alguns países, como Espanha e Alemanha, pressionam por uma aprovação rápida, mas a França expressou preocupação com o impacto sobre seu setor agrícola e quer adiar a votação para 2026.
Em uma mensagem antes da reunião do Conselho Europeu, na quinta e sexta-feira em Bruxelas, Meloni declarou que a Itália tem "trabalhado intensamente com a Comissão" em suas demandas.
As medidas desejadas por Roma incluem mecanismos de salvaguarda, um fundo de compensação e mais regulamentações sobre pragas e doenças.
"Todas as medidas, embora tenham sido apresentadas, não foram totalmente concluídas. Portanto, acreditamos que assinar o acordo nos próximos dias, como foi sugerido, ainda é prematuro", afirmou.
Meloni explicou que isso "não significa que a Itália pretende bloquear ou rejeitar o acordo em seu conjunto".
"Estou muito confiante de que, no início do próximo ano, todas as condições serão atendidas", completou.

