Dom, 07 de Dezembro

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GUERRA COMERCIAL

Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, alerta para risco de tarifas e pede diálogo com China

Em entrevista ao Financial Times, executivo, um dos mais influentes em Wall Street e que costuma ser ouvido por Donald Trump, afirma que EUA correm o risco de perder sua credibilidade

Jamie DimonJamie Dimon - Foto: Eric Piermont/AFP

O CEO do JP Morgan, Jamie Dimon, afirmou que a guerra comercial de Donald Trump pode minar a credibilidade dos Estados Unidos e defendeu que os governos americano e chinês retomem o diálogo à medida que as tarifas impostas pelas duas maiores economias do mundo aumentem.

''Não precisa esperar um ano. Pode começar amanhã”, disse em entrevista ao jornal Financial Times.

Dimon acrescentou que, embora os EUA ainda sejam considerado um refúgio devido à sua prosperidade, ao Estado de Direito e à força econômica e militar, sua excelência econômica pode se ver ameaçada pela tentativa de Trump tentar remodelar o comércio global.

“Muita dessa incerteza está desafiando um pouco esse status. Então, você vai continuar lendo sobre isso sem parar até que, com sorte, essas tarifas e guerras comerciais se acalmem e desapareçam, para que as pessoas possam dizer: ‘Posso confiar na América’”, disse o executivo ao FT.

Dimon, que comanda o maior banco dos EUA há quase duas décadas, é uma das vozes mais influentes do mercado financeiro e costuma ser ouvido por Trump. Executivos de Wall Street indicam que o presidente americano decidiu pausar as tarifas recíprocas por 90 dias influenciado por alertas de que elas poderiam levar a economia à recessão feitos por nomes como Bill Ackman, da Pershing Square, e pelo CEO do JP Morgan — cuja aparição na TV na manhã de quarta-feira foi assistida pelo presidente americano.

O executivo lembrou que as tarifas anunciadas no ‘dia da libertação’ eram muito diferentes do que as pessoas esperavam:

"Muito fora do que estava na mesa. E isso foi um choque para o sistema. O sistema global, não apenas nos Estados Unidos”, disse ele, acrescentando que é preciso ser realista quanto ao que a política tarifária de Trump pretende alcançar.

Até agora, Trump se recusou a retirar tarifas de até 145% sobre muitas importações chinesas, embora sua administração tenha criado, no último fim de semana, uma exceção para produtos eletrônicos de consumo.

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