Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, alerta para risco de tarifas e pede diálogo com China
Em entrevista ao Financial Times, executivo, um dos mais influentes em Wall Street e que costuma ser ouvido por Donald Trump, afirma que EUA correm o risco de perder sua credibilidade
O CEO do JP Morgan, Jamie Dimon, afirmou que a guerra comercial de Donald Trump pode minar a credibilidade dos Estados Unidos e defendeu que os governos americano e chinês retomem o diálogo à medida que as tarifas impostas pelas duas maiores economias do mundo aumentem.
''Não precisa esperar um ano. Pode começar amanhã”, disse em entrevista ao jornal Financial Times.
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Dimon acrescentou que, embora os EUA ainda sejam considerado um refúgio devido à sua prosperidade, ao Estado de Direito e à força econômica e militar, sua excelência econômica pode se ver ameaçada pela tentativa de Trump tentar remodelar o comércio global.
“Muita dessa incerteza está desafiando um pouco esse status. Então, você vai continuar lendo sobre isso sem parar até que, com sorte, essas tarifas e guerras comerciais se acalmem e desapareçam, para que as pessoas possam dizer: ‘Posso confiar na América’”, disse o executivo ao FT.
Dimon, que comanda o maior banco dos EUA há quase duas décadas, é uma das vozes mais influentes do mercado financeiro e costuma ser ouvido por Trump. Executivos de Wall Street indicam que o presidente americano decidiu pausar as tarifas recíprocas por 90 dias influenciado por alertas de que elas poderiam levar a economia à recessão feitos por nomes como Bill Ackman, da Pershing Square, e pelo CEO do JP Morgan — cuja aparição na TV na manhã de quarta-feira foi assistida pelo presidente americano.
O executivo lembrou que as tarifas anunciadas no ‘dia da libertação’ eram muito diferentes do que as pessoas esperavam:
"Muito fora do que estava na mesa. E isso foi um choque para o sistema. O sistema global, não apenas nos Estados Unidos”, disse ele, acrescentando que é preciso ser realista quanto ao que a política tarifária de Trump pretende alcançar.
Até agora, Trump se recusou a retirar tarifas de até 145% sobre muitas importações chinesas, embora sua administração tenha criado, no último fim de semana, uma exceção para produtos eletrônicos de consumo.

