Sex, 05 de Dezembro

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Banco Central

Juros deve se manter no mesmo patamar por período prolongado, diz Galípolo

Presidente do BC diz que a inflação está convergindo à meta, mas em ritmo lento

Gabriel Galípolo ressaltou que as projeções de mercado e do próprio BC ainda indicam inflação acima da meta em 2026 e 2027Gabriel Galípolo ressaltou que as projeções de mercado e do próprio BC ainda indicam inflação acima da meta em 2026 e 2027 - Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quarta-feira que a inflação no país está convergindo lentamente à meta. Por causa desse movimento gradual, disse, a autoridade monetária decidiu manter os juros em nível elevado por um período prolongado.

A declaração foi feita na abertura do Congresso e Expo Fenabrave, em São Paulo, evento organizado pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

— A gente vem reforçando que essa taxa de juros deve permanecer por um período prolongado num patamar restritivo, justamente porque a gente está num cenário de ter descumprido a meta [...] A convergência está se dando de uma maneira lenta para a meta de inflação. E é isso que tem demandado uma política monetária mais restritiva — disse o economista. A Selic está atualmente em 15% ao ano.

Galípolo ressaltou que as projeções de mercado e do próprio BC ainda indicam inflação acima da meta em 2026 e 2027. Mais cedo, o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita, avaliou que o Banco Central “está começando a ganhar a batalha das expectativas”, sinal de que a postura atual estaria começando a surtir efeito.

Apesar disso, Galípolo voltou a destacar a dificuldade em explicar como, mesmo com juros elevados, a economia brasileira mantém um crescimento robusto do Produto Interno Bruto (PIB).

O presidente do BC também ressaltou que políticas tributárias mais progressivas e programas voltados à redistribuição de renda aumentam a propensão ao consumo e, consequentemente, o dinamismo da economia.

Nesse contexto, afirmou, cabe ao Banco Central interpretar e compreender de forma objetiva os efeitos dessas medidas sobre a atividade econômica.

— Ao produzir uma política tributária que é mais progressiva e ter programas mais progressivos do ponto de vista da distribuição de renda, você acaba aumentando a propensão a consumir e isso aumenta o dinamismo da economia [...] Todos os textos acadêmicos e da literatura recomendam que políticas tributárias e fiscais sejam progressivas. E aqui não há um juízo de valor: cabe ao Banco Central tentar interpretar e entender o que está acontecendo de maneira objetiva.

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