Lula pede que Macron e Meloni "assumam a responsabilidade" e deem aval ao acordo Mercosul-UE
Líder francês é contrário ao texto, cuja assinatura vai depender do apoio da Itália
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta terça-feira que o presidente da França, Emmanuel Macron, e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, votem a favor do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul nesta semana para permitir que o documento seja assinado na cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, em Foz do Iguaçu, no próximo sábado.
Em discurso durante reunião do Conselho de Participação Social, no Palácio do Planalto, Lula afirmou que a UE e o Mercosul querem assinar o acordo, em negociação há pelo menos 26 anos, mas citou o entrave da posição do governo francês, que é contrário à assinatura do documento e tem feito pressão para adiá-la.
— Neste instante, a União Europeia está disposta a fazer o acordo, o Mercosul está disposto, e surgiu um pequeno problema. O presidente Macron, da França, está muito preocupado com os produtores rurais, que acham que vão perder competitividade na disputa com o Brasil, não estão querendo fazer o acordo agora porque o povo está meio rebelde na França. Mesmo eu dizendo para ele que o Brasil não compete com os produtos agrícolas da França. Na verdade, são coisas diferentes, são qualidades diferentes e estamos cedendo mais do que eles — disse Lula.
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O presidente exortou o líder francês a rever sua posição e citou também Meloni. A Itália é favorável ao acordo, mas nos últimos dias tem oscilado sobre a possibilidade de aprovar um adiamento da assinatura. O governo italiano tem sofrido a pressão de outros países-membros da UE para dar suporte à aprovação do acordo e garantir a sua assinatura no dia 20 de dezembro em Foz do Iguaçu.
— Espero que o meu amigo Macron e a primeira-ministra Meloni da Itália, sabe, assumam a responsabilidade de, no sábado agora, eu estou indo para a Foz do Iguaçu fazer uma reunião da Unasul com a participação da União Europeia, eu espero que eles tragam a boa notícia de que vão assinar o acordo e que não vão ter medo, sabe, de perder competitividade com o povo brasileiro — afirmou Lula.

