Lula recebe pedido de sindicatos para isentar IR de participação nos lucros
Presidente recebeu plebiscito que pede fim da escala 6 por 1
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que a votação, pela Câmara, do projeto de lei que trata da isenção do Imposto de Renda a quem ganha até R$ 5 mil é "um primeiro passo extraordinário" para o que chamou de justiça tributária.
Ao receber centrais sindicais e movimentos sociais em agenda no Palácio do Planalto, Lula ouviu o pedido para que a participação dos lucros e resultados (PLR) não seja tributada, mas disse que a medida precisaria de compensação financeira.
— Conversei com alguns companheiros dirigentes sindicais e o companheiro Moisés (Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC) me falava do PLR, que ele vinha conversar com o deputado Artur Lira sobre (a demanda sindical de isentar) PLR. Não tem nenhum problema reivindicar. Acontece que nós temos a decisão da Suprema Corte que qualquer política de isenção, sabe, de imposto, tem que ter a compensação. Para que aprove alguma coisa mais, tem que dizer da onde vai sair a fonte. É mais fácil aprovar (a isenção de IR para quem ganha) R$ 5 mil do que tirar um pouco mais de quem ganha muito nesse país — disse Lula.
Hoje, valores de PLR até R$ 8.214,40 ao ano não são tributados. O presidente afirmou que "quem acompanha sabe que nem reajuste da tabela do imposto de renda" havia em gestões anteriores.
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— Acho que é um primeiro passo extraordinário, é uma conquista (a votação do projeto pela Câmara), é o primeiro sinal de justiça tributária que se faz nesse país. Eu estou convencido que a Câmara vai aprovar, estou convencido que o Senado vai aprovar — disse Lula.
Lula recebeu de Edinho Silva, presidente do PT, e representantes de centrais sindicais, que lhe entregaram um plebiscito com 1,5 milhão de assinaturas em prol da tributação de quem ganha mais de R$ 50 mil por mês e do fim da escala 6 por 1. Mais cedo, o mesmo grupo foi recebido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Edinho diz que não houve compromisso de Motta para pautas o tema da escala 6 por 1, e que, embora o governo Lula apoie a causa, não há garantia de que o Congresso vote a medida ainda neste ano.

