Lula vai telefonar para líderes de França, Alemanha, África do Sul e Comissão Europeia
Presidente articula defesa do multilateralismo nas relações internacionais em meio a tarifaços de Trump
O governo brasileiro está em tratativas para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva converse nesta semana por telefone com o presidente da França, Emmanuel Macron; o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz; a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; e o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.
O movimento faz parte da estratégia de Lula de defender o multilateralismo nas relações internacionais em meio aos tarifaços impostos pelo presidente americano, Donald Trump, a parceiros comerciais.
Lula também deverá participar, em setembro, de uma reunião virtual do BRICs, grupo econômico do qual são fundadores Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O brasileiro tenta uma reação conjunta com outros países afetados pelas tarifas de Trump.
Nos últimos dias, Lula já conversou por telefone com o presidente chinês, Xi Jinping, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o líder da Rússia, Vladimir Putin. Com o russo, Lula conversou duas vezes em nove dias. O mais recente telefonema com Putin foi nesta segunda-feira, sobre as conversas que o russo teve com Trump no Alaska soe a guerra da Ucrânia.
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Lula conversou com Xi Jinping por uma hora na semana passada. O telefonema durou cerca de uma hora e ocorreu um dia após o presidente americano, Donald Trump, dizer esperar que a China quadruplique a quantidade de soja que compra dos Estados Unidos.
Os dois líderes "trocaram impressões sobre a atual conjuntura internacional e os recentes esforços pela paz entre Rússia e Ucrânia", segundo nota divulgada pelo Palácio do Planalto. Ambos concordaram sobre o papel do G20 e do BRICS na defesa do multilateralismo.
"O presidente Lula reiterou a importância que a China terá para o sucesso da COP 30 e no combate à mudança do clima. O presidente Xi indicou que a China estará representada em Belém por delegação de alto nível e que vai trabalhar com o Brasil para o êxito da conferência", prossegue a nota.
Com Modi, o telefonema ocorreu logo após o anúncio pelos Estados Unidos de uma tarifa a exportações que também chega a 50%.
Segundo o governo brasileiro, a conversa durou cerca de uma hora. "Os líderes discutiram o cenário econômico internacional e a imposição de tarifas unilaterais. Brasil e Índia são, até o momento, os dois países mais afetados. Ambos reafirmaram a importância em defender o multilateralismo e a necessidade de fazer frente aos desafios da conjuntura, e explorar possibilidades de maior integração entre os dois países", afirma a nota divulgada pelo Planalto.

