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TECNOLOGIA

Meta pede para distinguir processo nos Estados Unidos e não desmembrar empresa

Empresa afirma que WhatsApp e Instagram não teriam crescido tanto sem o seu investimento

As marcas sob o chapéu da Meta: WhatsApp, Instagram e FacebookAs marcas sob o chapéu da Meta: WhatsApp, Instagram e Facebook - Foto: Lionel Bonaventure/AFP

A Meta, empresa dona do Facebook, pediu a um juiz para rejeitar o processo da Federal Trade Commission (FTC), órgão antitruste dos Estados Unidos, que busca desmembrar a empresa, afirmando que a entidade reguladora não pode provar que os consumidores estariam melhores sem suas aquisições do Instagram e do WhatsApp.

Em uma petição judicial na sexta-feira, a Meta rejeitou a alegação da FTC de que suas compras do Instagram e do WhatsApp foram projetadas para eliminar concorrentes. A Meta disse que gastou bilhões de dólares para desenvolver as duas plataformas e argumentou que elas não teriam sido tão bem-sucedidas sem o apoio da Meta.

"A FTC não tem evidências de que a aquisição do Instagram em 2012 ou do WhatsApp em 2014 prejudicou a concorrência e os consumidores", disse a empresa. "A Meta não tem conhecimento de nenhum tribunal que já tenha bloqueado – muito menos revertido – uma aquisição sob o argumento de que um comprador diferente poderia ter surgido e seria preferido pelo regulador."

O órgão antitruste processou a Meta em 2020, alegando que a empresa dominava ilegalmente o mercado de redes sociais pessoais dos EUA ao comprar concorrentes emergentes. A FTC busca uma ordem judicial para desfazer as aquisições do Instagram e do WhatsApp, argumentando que os dois acordos, inicialmente aprovados pela FTC, faziam parte de um padrão do CEO Mark Zuckerberg de eliminar empresas como ameaças competitivas.

O juiz James Boasberg, em Washington, inicialmente rejeitou o caso, afirmando que o órgão regulador não ofereceu detalhes suficientes para apoiar sua alegação de que a Meta tinha poder de monopólio nas redes sociais. Ele permitiu que o caso prosseguisse depois que a FTC revisou sua queixa em 2021, no entanto.

A Meta argumentou que a definição de mercado da FTC – redes sociais pessoais – é muito estreita e deixa de fora concorrentes importantes como o YouTube da Alphabet (dona do Google), o TikTok da Bytedance e o LinkedIn da Microsoft, entre outros. Pelo menos 184 empresas listadas em seus arquivos de segurança afirmaram competir com a Meta, o Facebook ou o Instagram, disse a empresa.

Em depoimentos que fazem parte do caso, Kevin Systrom, o co-fundador do Instagram, testemunhou que sua empresa não tinha "receitas" antes de sua aquisição pela Meta e não havia começado a desenvolver uma estratégia para monetizar o serviço. A maioria dos usuários aderiu ao Instagram depois de descobrir o serviço no Facebook ou no Twitter, testemunhou o outro co-fundador do Instagram, Mike Krieger. Fazer parte da Meta permitiu que o Instagram pulasse vários anos de desenvolvimento, disse Systrom em seu depoimento.

Brian Acton, co-fundador do WhatsApp, testemunhou que sem o apoio da Meta, o aplicativo não teria conseguido oferecer seu serviço gratuitamente. Antes da aquisição, o WhatsApp cobrava uma taxa de download de US$ 1. Acton também disse que a empresa nunca iria implementar várias funcionalidades oferecidas pelo Facebook, como sugerir "Pessoas que você talvez conheça".

A Meta disse ter investido mais de US$ 1 bilhão no Instagram desde a aquisição de 2012, introduzindo mais de 30 novos recursos e serviços na plataforma. O Instagram gerou receitas de US$ 32,4 bilhões em 2021 e as estimativas do valor autônomo da empresa estão entre US$ 80 bilhões e US$ 100 bilhões, disse a empresa.

O WhatsApp via seus principais concorrentes como outros serviços de mensagens instantâneas, como o iMessage da Apple, o Google Hangouts, o WeChat da Tencent Holdings e o Telegram, entre outros.

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