Acordo dos EUA com UE redesenha mapa da segurança energética
A negociação vitoriosa dos EUA vai além do protecionismo comercial, simbolizando um reposicionamento estratégico na geopolítica
O novo acordo energético firmado entre Estados Unidos e União Europeia, anunciado no último dia 27 de julho, marca um novo capítulo na longa disputa pela segurança energética no continente europeu — e representa um golpe estratégico na influência russa sobre o fornecimento de gás natural. O pacto prevê o aumento substancial das exportações de gás natural liquefeito (GNL) dos EUA para a Europa, além de incentivos à criação de um mercado comum de energia entre os países do bloco.
A União Europeia se comprometeu a comprar US$ 750 bilhões em gás natural liquefeito (GNL) e combustível nuclear dos EUA ao longo de três anos, eliminando gradualmente todas as importações de gás russo até 1º de janeiro de 2028, como informou a agência Reuters.
Desde a Guerra Fria, o fornecimento de gás russo sempre foi mais que uma simples transação comercial: foi instrumento geopolítico. Como descreve Daniel Yergin, no livro o Novo Mapa, a URSS, e depois a Federação Russa, consolidaram-se como principais supridores da Europa, com destaque para a Alemanha, que chegou a importar mais de 40% de seu gás da Rússia antes da guerra na Ucrânia. O gasoduto Nord Stream, inaugurado em 2011 sob o Mar Báltico, ligou diretamente Rússia e Alemanha, driblando a Ucrânia e elevando Moscou a um patamar de "superpotência energética".
A nova ofensiva americana visa quebrar essa dependência estrutural. O acordo firmado em Bruxelas prevê a ampliação da capacidade de terminais de GNL na Europa. Com isso, os EUA se posicionam como fornecedores estratégicos de gás para a Europa, num movimento que reduz a vulnerabilidade do bloco a pressões políticas oriundas do Kremlin.
E a produção de gás de xisto coloca os Estados Unidos em posição confortável neste cenário. A produção em larga escala se iniciou no início dos anos 2000 e se acelerou fortemente a partir de 2005, com o avanço da tecnologia de fraturamento hidráulico (fracking) combinado à perfuração horizontal.
Historicamente, os EUA sempre manifestaram preocupações com a dependência europeia do gás russo. O uso político do gás, especialmente durante a guerra na Ucrânia, deixou países da Europa Central em estado de alerta — e levou a UE a mudar sua definição de segurança energética, priorizando diversidade de fontes e contratos transparentes.
A negociação vitoriosa dos EUA sobre o bloco europeu demostra que o interesse norte-americano vai além do protecionismo comercial, simboliza um reposicionamento estratégico na geopolítica ocidental.
Com esse novo arranjo, a Rússia perde força no Ocidente, mas tende a aprofundar relações com a China, Índia e países da Ásia Central. A União Europeia, por sua vez, se torna ainda mais dependente dos EUA — não só em defesa e tecnologia, mas também no abastecimento de energia.
Chanel
A Chanel chega com exclusividade ao Recife no dia 6 de agosto, com coquetel na loja AmericaNews Beauty, no RioMar. A grife francesa será vendida apenas pela rede na região. A AN Beauty já atua em outros estados do Norte e Nordeste. A chegada reforça seu posicionamento no segmento de perfumaria de nicho.
Mangue.Bit
A 9ª edição da Mangue.Bit, maior conferência de startups do Nordeste, será realizada no dia 8 de agosto, no Cais do Sertão, no Recife. O evento reunirá mais de 2 mil pessoas e 100 startups. A conferência reforça o protagonismo de Pernambuco no cenário da inovação nacional. O estado já soma 1.267 novas startups em 2025, grande parte conectada ao Porto Digital. Inscrições e programação: www.manguebit.com.br.
Autenticação a JUCEPE
A Junta Comercial de Pernambuco (JUCEPE) informa que, a partir de 26 de julho, será obrigatória a autenticação em duas etapas para assinatura digital de documentos via conta Gov.br. A exigência segue norma do Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração (DREI) e visa reforçar a segurança dos registros eletrônicos. Os usuários devem ativar o recurso acessando o site gov.br/duas-etapas. A JUCEPE orienta que a medida seja adotada o quanto antes para evitar interrupções nos serviços.
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