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Número 2 de Haddad diz que situação dos Correios pode virar problema maior para contas públicas

Empresa registrou prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre e tem tido um fluxo negativo de caixa de R$ 750 milhões por mês

Dario Durigan, secretário executivo do Ministério da Fazenda, afirmou que está bastante incomodado, porque os problemas são graves e estruturaisDario Durigan, secretário executivo do Ministério da Fazenda, afirmou que está bastante incomodado, porque os problemas são graves e estruturais - Foto: José Cruz/Agência Brasil

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, admitiu nesta segunda-feira que a situação dos Correios pode virar um problema ainda maior para as contas públicas em 2026.

O secretário, número 2 de Fernando Haddad, afirmou que está bastante incomodado, porque os problemas são graves e estruturais. Segundo ele, podem ser necessárias compensações maiores do Orçamento para cobrir o déficit das estatais em relação a já realizada este ano.

A empresa registrou prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre e tem tido um fluxo negativo de caixa de R$ 750 milhões por mês. Além disso, a projeção para o resultado primário da empresa passou de déficit de R$ 2,4 bilhões para rombo de R$ 5,8 bilhões.

Principalmente pelo impacto da reprogramação dos Correios, a projeção de déficit das estatais para fins da meta fiscal passou de R$ 5,5 bilhões no relatório divulgado em setembro para R$ 9,2 bilhões, acima da meta para esse conjunto de empresas, que é de rombo R$ 6,2 bilhões em 2025.

— Temos essa previsão para 2025, a empresa de fato tem problemas graves e estruturais e isso possivelmente pode trazer um impacto fiscal ainda maior para 2026.

Segundo o secretário, no ano que vem, será necessário atuar, do ponto de vista das outras empresas estatais, usar os resultados das outras empresas, e usar o orçamento fiscal e da seguridade social para usar na ajuda aos Correios.

— Existe um risco que esse valor seja maior do que o necessário para esse ano — disse, ponderando que não tem os números fechados.

Durigan disse também que neste momento não está sendo discutido um aporte direto nos Correios, mas um empréstimo com aval da União, se a empresa apresentar um bom plano de reestruturação.

O secretário afirmou que pediu ao presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, que apresente um bom plano de reestruturação da empresa. Segundo ele, deve ser um plano "ousado" e, ao mesmo tempo, muito cuidadoso para que a gente tenha uma operação sendo desenhada que se pague e possa melhorar a situação da estatal.

— É um ponto que tem me incomodado. É um resultado muito ruim, que de fato causa o impacto negativo neste relatório, não fosse os Correios, poderíamos estar em um cenário um pouco melhor, mas temos que lidar com a situação que nos chega — disse Durigan.

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